Acadêmicos da Itepa Faculdades visitam ruínas das Reduções Jesuíticas: refletir a mística do projeto missionário

Liderados por um grupo de acadêmicos da disciplina de História da Igreja no Brasil: Região Sul, no dia 30 de maio, Acadêmicos do Bacharelado em Teologia da Itepa Faculdades, acompanhados pelo Diretor da IES, Pe. Ivanir Antonio Rampon e pelos Professores Pe. Rogério Luiz Zanini e Selina Maria Dal Moro e pelo funcionário Diego Dalmagro, realizaram uma viagem de estudos à região das Missões do Rio Grande do Sul com objetivo de aprofundar-se no conhecimento e refletir sobre a mística do projeto missionário jesuítico ali implantado que teve seu auge em meados do século XVIII e seu declínio após o Tratado de Madri em 1750, quando Portugal e Espanha fizeram uma troca de territórios que levou à eclosão da Guerra Guaranítica e a morte do líder Guarani, Sepé Tiaraju.

A viagem objetivou, também, dar uma resposta filial ao apelo de São João Paulo II, inscrita na Exortação Apostólica pós-sinodal, Ecclesia in America, 15: “A expressão e os melhores frutos da identidade cristã da América são seus santos… É necessário que seus exemplos de entrega sem limites à causa do Evangelho sejam não só preservados do esquecimento, mas também mais conhecidos e difundidos entre os fiéis do Continente”.

As Reduções (ou Missões) Jesuíticas merecem um lugar muito especial na história das missões católicas. Foram uma grandiosa obra da evangelização e de defesa do povo Guarani. Consistiam em grandes áreas criadas pelos missionários da Companhia de Jesus ao longo do século XVI na América. Nestes espaços, uma grande quantidade de índios era reunida sob a direção de alguns poucos jesuítas, portadores de uma vasta e profunda formação teológica, científica – especialmente ciências humanas. Ali os nativos recebiam formação profissional, religiosa e cultural. O principal objetivo das reduções era a formação cristã integral do povo que se realizava em diversos tipos de oficinas, aulas de música e catecismo.

Também foi visitado o Santuário de Caaró, em Caibaté, onde se mantém viva a memória e o testemunho dos santos mártires Pe. Roque González, Pe. Afonso Rodrigues e Pe. João del Castillo. Reza a história que depois de fundar numerosas comunidades cristãs, chamadas Reduções entre os índios no Paraguai e região missioneira da Argentina, esses intrépidos Jesuítas entraram em terras do atual Rio Grande do Sul. Em três de maio de 1626 celebraram a primeira missa em terras gaúchas, na localidade de São Nicolau. Depois de dois anos e meio de intenso trabalho missionário, foram mortos por um grupo de índios rebeldes à evangelização, liderados pelo cacique-pagé Nheçu. Os padres Roque e Afonso foram mortos na recém fundada redução de Caaró, no dia 15 de novembro de 1628, e o padre João dois dias mais tarde, em Assunção do Ijuí. Foram visitados, ainda, a Catedral Angelopolitana de Santo Ângelo e alguns pontos turísticos da cidade de São Miguel das Missões.

Segundo o Acadêmico William Vinícius Preto, a “viagem consta como atividade de extensão da disciplina de História da Igreja no Brasil: região sul. Destaca-se que, a ligação teoria e prática é fundamental para o pleno desenvolvimento do acadêmico, pois, desperta o interesse pelo aprendizado e a compreensão dos conteúdos estudados em sala. A história das reduções jesuíticas está presente nos três Estados do Sul do Brasil, nos quais há estudantes em nossa Instituição. Essas viagens possibilitam ao acadêmico compreender a história de sua territorialidade e aguçar seus estudos na compreensão histórica dos povos originários dessa região”.

A viagem peregrina, integrada ao Currículo do Bacharelado em Teologia, constituiu-se prática de extensão, respondendo, assim, aos ordenamentos oficiais para as Instituições de Ensino Superior.