Comunidade acadêmica participa do Grito dos Excluídos

O Coordenação da Área Pastoral de Passo Fundo, o Diretório Acadêmico da Itepa Faculdades através do Setor Movimentos Sociais e a Itepa Faculdades promoveram, na Semana da Pátria o Grito dos Excluídos, no Salão de Eventos da Paróquia Santa Terezinha em Passo Fundo. Através de um fórum foi retomada a história do Grito e partilhadas três experiências: do Movimento pela Moradia, da Pastoral Carcerária e da Cáritas Arquidiocesana.

Com o objetivo de mobilizar a participação da sociedade civil em torno dos problemas estruturais que atentam contra a vida do povo mais vulnerável, nasceu o Grito dos Excluídos e Excluídas.

Este ano, o lema é: “Você tem fome e sede de quê? ” e nos convida à reflexão e ação em busca de alternativas para os enormes problemas que o povo enfrenta com a questão da fome e da água.

O lema anual do Grito é debatido e definido a partir das sugestões de uma rede de articuladores e articuladoras de todo o Brasil, dialogando com o tema da Campanha da Fraternidade, que neste ano tem por lema: “Dai-lhes vós mesmo de comer (Mt 14).

Segundo a Acadêmica Mari Maule, do Setor Movimentos Sociais do DAITEPA, nos seus 29 anos de história, o Grito dos Excluídos e Excluídas tem por objetivo valorizar a vida e anunciar a esperança de um mundo melhor, por isso seu tema permanente é “Vida em Primeiro Lugar! (…) O Grito visa incentivar por meio de ações, o fortalecimento e mobilização das pessoas na luta por seus direitos, na denúncia das injustiças e violências, causadas pelo sistema neoliberal que exclui, degrada e mata”.

Edivânia Rodrigues da Silva falou sobre a questão da realidade da moradia, a partir da ocupação do Valinhos II. Segundo ela, há condições indignas de vivência, como a baixa qualidade em saneamento básico, ou a falta de água e luz, a falta de escola, transporte, bem como, a presença da violência em diversas circunstâncias, como a violência doméstica ou o tráfico. Além disso, mencionou a questão da necessidade da presença da Igreja nesses lugares, pois uma boa parte são cristãos, católicos, porém com pouca presença dos padres, ou até mesmo das paróquias.

Irmã Imelda Jacoby, representante da Pastoral Carcerária partilhou sobre como é a experiência de visitar os encarcerados, aqueles que estão privados do direito da liberdade. Tomou como base o texto bíblico em que Jesus fala das obras de misericórdia corporais e espirituais (Mt 25, 31-46).  No cárcere é possível fazer todas pelos nossos irmãos que neste local se encontram. Jesus mostra que está presente nos mais fracos, abandonados, nos descartáveis de nossa sociedade. E a “Pastoral Carcerária é a mais gratuita de todas as pastorais, apresentando de maneira admirável a presença da Igreja nos cárceres repetindo continuamente a indagação: o que Jesus faria ou diria nessas situações? Como trataria essas pessoas? É necessário contemplar o rosto de Cristo crucificado”.

Luís Costela, representante da Caritas Arquidiocesana, refletiu o conceito de insegurança alimentar leve, moderada e grave. Atualmente o Brasil conta com 21 milhões de pessoas que passam fome e cerca de 70,3 milhões em situação de insegurança alimentar. Em Passo Fundo existem 2.289 famílias em situação de pobreza. A segurança alimentar e nutricional é um direito da população (lei 11.346) e faz-se necessário a conscientização e ações articulados em vista da superação.