Pós-graduação: experiência partilhada

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Acadêmico da pós-graduação Pe.Leonardo Envall Diekmann

 

A turma de Pós-graduação em Metodologia Pastoral e Iniciação à Vida Cristã concluiu a disciplina de Questões teológico-pastorais Contemporâneas com a professora Dra. Clélia Peretti. Ao longo dos quatro encontros realizados de maneira presencial-remota, os acadêmicos refletiram, a luz do pontificado de Francisco, grandes temas da contemporaneidade. De modo especial, deu-se ênfase à Exortação Apostólica Evangelii Gaudium e à Encíclica Laudato Si. Durante as aulas, em meio as explanações e discussões lembrou-se os esforços do Papa Francisco em retomar a eclesiologia do Concílio Vaticano II (1962-1965), que compreende a Igreja como povo de Deus, o resgate da dignidade do batismo e, consequentemente, a responsabilidade de todos os cristãos batizados como protagonistas no processo da evangelização.

Pensar e construir uma Igreja que está no mundo, formada por homens e mulheres contagiados pela alegria do Evangelho, dispostos a doar suas vidas pelo projeto do Reino. Para tanto, é preciso superar a dicotomia Igreja/divindade versus mundo/espaço profano, ainda presente na mentalidade de algumas pessoas. À medida que se compreende o mundo como campo de missão onde os cristãos são sal, fermento e luz busca-se a apropriação da realidade em vista de sua transformação. Dessa forma, não há como ficar alheio à pobreza, a fome, a destruição da casa comum, bem como as desigualdades sociais gritantes em nossos dias.

Ao enfatizar e valorizar os ministérios leigos, lembrou-se que o Papa também combate o clericalismo presente na Igreja, em seus diversos setores e formas: desde os padres que centralizam o poder, até os leigos que se omitem ante a missão de evangelizar, responsabilizando apenas o clero para tal missão. O Papa sente em seu coração a urgência por uma Igreja Sinodal, ou seja, uma Igreja que se alicerce nos pilares da comunhão, da participação e da missão, onde existem múltiplos ministérios e ofícios, mas de igual valor/importância/dignidade.

É urgente superar a compreensão de que a Igreja é clero e do clero. Igreja é povo! Igreja somos todos nós batizados. O presbítero tem uma função específica, importante, mas que depende dos demais ministérios existentes. As decisões já não podem mais estar centralizadas nas mãos de uma pessoa. Uma Igreja Sinodal exige a participação de todos. Exige a criação de conselhos: pastoral, administrativo/econômico… Porém, para chegarmos a uma Igreja Sinodal há um longo processo, uma caminhada a ser percorrida. É preciso nova mentalidade, que perpassa superar a cristandade, para chegamos a uma autêntica evangelização a partir de uma adesão espontânea a Cristo. Para tanto, é imprescindível trilhar o caminho da Iniciação à Vida Cristã como processo de inserção dos homens e das mulheres na Igreja e uma autêntica adesão a Jesus Cristo e seu projeto.