Estamos na conclusão da 5ª etapa da Pós-Graduação em Espiritualidade. Nestes dois anos, passamos por um tempo hostil, com a covid-19. Também vivemos um cenário de hostilidade política, social, eclesial, familiar, congregacional. Contudo, fomos construindo nosso caminho.
Fomos provocados e incentivados a construir um caminho espiritual pelos nossos professores da Itepa Faculdades que ministraram conteúdos de intenso sabor espiritual. O Papa Francisco foi um grande incentivador de nossa fé e esperança nos propondo um Sínodo, nos alimentando com documentos como a Fratelli Tutti, proporcionando reflexões como as do livro Vida pós pandemia, com mensagens, homilias, celebrações… tudo para nos mantermos firmes na fé, criando laços de irmandade a fim de enfrentarmos como irmãos as noites escuras.
O curso da Pós-Graduação em Espiritualidade terá mais credibilidade se cada um de nós conseguir concretizar os conhecimentos adquiridos e partilhados, colocando em ação nossa sensibilidade e inteligência nos espaços que vivemos. Transformando tudo em sabedoria do amor, em harmonia com a criação e, interligados com o Criador e com os irmãos e irmãs, vivermos um novo modo de se relacionar com o mundo através de gestos de gentileza e acolhimento.
Percebemos que a espiritualidade é um caminho feito no cotidiano, que é formação permanente, que exige espaços contínuos de meditação, silêncio, contemplação, leitura, escuta, diálogo e amizade. Que ela se constrói. E mesmo num cenário conflitivo, podemos nos tornar fecundos, dinâmicos, criando e recriando relações fraternas.
O caminho apresentado teve como ponto de partida a história de nossos antepassados narrada na Bíblia; figuras de homens e mulheres de fé, audaciosas, proféticas. Mas olhamos também para nossos antepassados mais recentes, como por exemplo, o Pe. Eli Benincá, que despontou como figura de alto grau de sensibilidade, escuta silenciosa, diálogo participativo e solidário para com os vulneráveis.
Fomos provocados, questionados e convocados a construir nosso caminho espiritual, tendo como base a mística, a profecia, a pastoral, a poesia, o ecumenismo, a fraternidade, a ecologia, as virtudes da justiça e da paz e a opção pelos pobres. Seguindo o último desejo de Dom Helder “Não deixe cair a profecia” onde quer que estivermos.
Agora, cada um segue para a sua Galileia, mais fortalecido nos desejos espirituais de criar espaços para o diálogo, a escuta, a meditação, a oração, a leitura, a escrita, a poesia, e sobretudo, para o cuidado de si e do outro, para as “vigílias” com o Senhor e para a participação comunitária. Cada um vivenciando o seu êxodo, sem volta, pois já não somos mais os mesmos.
Ir. Rita de Cássia Luiz
Isabel Paloschi Taborda
Estudantes da Pós-Graduação em Espiritualidade