Iniciação à Vida Cristã
Curso de Extensão On-line
I. Objetivos
a) Geral
“Desenvolver um processo que leve a uma maior conversão a Jesus Cristo, forme discípulos/as, renove a comunidade eclesial, e suscite missionários que testemunhem sua fé na sociedade” (Doc. 107, 141).
b) Objetivos específicos
- Conhecer as raízes históricas da Iniciação à Vida Cristã (IVC) na História da Igreja.
- Apresentar o processo da IVC realizado pelos primeiros cristãos como luz para o tempo de hoje.
- Ajudar as/os catequistas a compreender o sentido do anúncio querigmático e como ele acontece no decorrer do processo da IVC.
- Identificar os sujeitos e interlocutores da IVC na comunidade de fé.
- Entender a mistagogia no itinerário da IVC.
- Aprofundar a dimensão litúrgico-sacramental da IVC, fortalecendo sua sensibilidade simbólico-ritual (Catequese e Liturgia).
- Oportunizar que as/os catequistas conheçam o contexto social em que vivem à luz dos princípios da Doutrina Social da Igreja.
- Conhecer a metodologia da catequese de inspiração catecumenal.
- Apresentar experiências de processos da IVC com inspiração catecumenal, que já estão acontecendo nas dioceses – Projeto de Iniciação à Vida Cristã paroquial e diocesano).
- Fomentar uma nova mentalidade e atitude dos catequistas e agentes de pastorais no anúncio de Jesus Cristo, em vista do seguimento.
- Qualificar catequistas e agentes de pastoral para testemunharem ajudar a preparar novos discípulos-missionários de Jesus Cristo.
II. Público alvo
Catequistas, coordenações de catequese paroquiais e diocesanas, agentes de pastoral, religiosas e cristãos que tenham interesse de aprofundar a fé cristã.
III. Justificativas e fundamentação
Nunca foi fácil ser cristão. As dificuldades são inerentes à resposta ao chamado de Jesus em cada tempo e lugar. Os tempos atuais parecem surgir com uma complexidade ainda maior e a fé exige opção decidida e fidedigna. Neste contexto, a importância dos fundamentos da fé para uma vida cristã comprometida com os valores do Reino de Deus se torna ainda maior. Em tempos de modernidade líquida (Z. Bauman), isto é, onde as relações sociais, econômicas e de produção são frágeis, fugazes e maleáveis, porque são construídas através dos pilares da insegurança e do consumo, as próprias razões da fé ficam mais frágeis e movediças deixando os cristãos mais suscetíveis a buscar uma fé imediata, individual e até doentia.
A proposta de retorno da IVC vem justamente para responder a esta lacuna no processo de evangelização. A IVC é um caminho antigo protagonizado pelas primeiras experiências cristãs da Igreja antiga e que mais recentemente foi retomada pelo Concílio Vaticano II (1965). O Concílio retomou esta fonte presente na história para dar luz ao anúncio do querigma da fé.
Com a IVC, a Igreja assume que é preciso “voltar” aos primeiros tempos da Igreja, nos primeiros séculos da era cristã, onde a catequese era feita, realmente, para a INICIAÇÃO na fé. Ao longo dos séculos, com a propagação do cristianismo, perdeu-se muito desta compreensão e foi-se assumindo uma catequese de “manutenção” e exclusivamente “sacramental” e “doutrinária”, partindo-se do princípio de que “todos” já nasciam no seio de uma família cristã. Hoje, sabemos que isso não acontece mais. As próprias famílias perderam suas referências cristãs e não fazem mais o “anúncio” e nem conseguem oferecer as bases da Tradição cristã. E a fé não é mais entendida como um “encontro” pessoal com Deus, mas como uma “opção” pessoal, ligada mais à inserção num círculo social do que ao “seguimento” a Jesus Cristo.
É neste horizonte que também está a convicção do Papa Francisco: “Convido todo o cristão, em qualquer lugar e situação que se encontre, a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de O procurar dia a dia sem cessar” (EG 3).
Esta perspectiva do encontro com o mistério encarnado de Jesus Cristo muda a maneira de ser cristão. O encontro pessoal com Jesus introduz o batizado na vida comunitária, de fraternidade e de participação na missão eclesial. Daí surge um enorme desafio para a Igreja: como levar as pessoas a um contato vivo e pessoal com Jesus Cristo, como fazê-las mergulhar nas riquezas do Evangelho, como iniciá-las verdadeira e eficazmente na vida da comunidade cristã e fazê-las participar da vida divina, cuja expressão maior são os Sacramentos de Iniciação? Como formar verdadeiros discípulos-missionários de Jesus? As respostas a estas questões se fundamentam não sobre a “preparação para receber os sacramentos”, mas sim sobre o processo e a dinâmica para “tornar-se cristãos”.
A partir do Vaticano II, mas sobretudo no início deste Milênio, a Igreja está se empenhando em restaurar o processo catecumenal, que tão grandes resultados de evangelização provocaram nos primeiros séculos, como processo eficaz de Iniciação à Vida Cristã. Neste sentido, a Igreja vem fazendo um esforço para que as comunidades cada vez mais assumam o espírito da catequese renovada à luz do Concílio Vaticano II. A CNBB também vem refletindo sobre a IVC e elaborou um documento muito especial (Iniciação à vida cristã: itinerário para formar discípulos missionários. Doc. 107). Os Bispos estão convencidos que a IVC se constitui em elemento insubstituível para a missão da Igreja. Abraçar esta dimensão é corresponder ao chamado do próprio Cristo que convida ao seu seguimento.
A atual pandemia fez borbulhar e transparecer ainda mais a necessidade de cristãos maduros na fé, que em comunidade/casas continuem testemunhando os valores do Reino de Deus. Ela mexeu, inclusive, com a compreensão do ser comunidade. Como não existe cristianismo sem a vida comunitária, a pergunta que surge é sobre a qualidade e mesmo o formato desta comunidade cristã. Jesus garante que “onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, Eu estou aí no meio deles” (Mt 18,20). No entanto, como defende o professor e pesquisador Moisés Sbardelotto, “o importante não é o ‘onde’, mas sim reunir-se em comunidade em nome de Jesus – seja em rede ou fora dela. Encarnar digitalmente a ação evangelizadora significa reconhecer que, também em rede, ‘o amor de Cristo nos uniu’ como irmãos e irmãs, e que ‘Ele está no meio de nós mesmo quando estamos à distância e mediados por aparelhos eletrônicos” (CCI, n.129, p.171).
Os Bispos, na Conferência de Aparecida, insistem em assumir novas atitudes pastorais. Assim se expressam: “uma comunidade que assume a iniciação cristã renova sua vida comunitária e desperta seu caráter missionário. Isso requer novas atitudes pastorais por parte dos bispos, presbíteros, pessoas consagradas e agentes de pastoral” (DA 291). Este caminho se torna fecundo quando se realmente houver novas disposições pastorais. Para isso, são necessárias perseverança, docilidade à voz do Espírito, sensibilidade aos sinais dos tempos, escolhas corajosas e paciência, pois se trata de um novo paradigma” (CNBB, doc. 107, n.9).
Diante deste desafio bastante esperançoso, a Itepa Faculdades está propondo um curso presencial online para aprofundar a temática da IVC. Impulsionados pelo espírito renovador do Concílio Vaticano II e, mais recentemente, diante dos apelos, ora do Documento de Aparecida e das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, ora do próprio Papa Francisco, as Igrejas Particulares sentem o desafio e o compromisso da busca de novos caminhos para a evangelização. Para tal, é necessário submeter-se à corajosa conversão pastoral, passando de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária (DA 370).
A proposta do curso tem como inspiração o documento 107 da CNBB – Iniciação à vida cristã: itinerário para formar discípulos missionários. Neste itinerário encontramos os fundamentos da IVC na forma como compreendem e sugerem os Bispos. A metodologia, no entanto, está perpassada pela inspiração do evangelho dos discípulos de Emaús (Lc 24,13-35). Este texto servirá como ícone – como pano de fundo – dos encontros de aprofundamento das temáticas sugeridas. É possível compreender este texto dentro da mistagogia da IVC. Os discípulos saem de Jerusalém desorientados, mas ao longo do caminho para Emaús fazem uma experiência nova, pois escutam a explicação da Sagrada Escritura (conversa com Jesus), sentem o “coração arder”, querem ficar mais tempo com ele e ao convidar para cear reconhecem Jesus na experiência mais profunda da vida cristã: a Eucaristia. Da experiência comunitária celebrada e vivida no Sacramento, eles retornam à vida modificados, se tornam discípulos/ missionários de Jesus, entusiasmados vão anunciar a experiência aos discípulos professando a fé no ressuscitado.
O caminho (mistagogia) da IVC se coloca dentro desta perspectiva. A IVC propõe um caminho de amadurecimento na fé, de fazer “arder o coração”, de conhecer melhor quem é Jesus, para poder sentar com ele à mesa e celebrar os Sacramentos que colocam o iniciado numa vida nova, numa vida comprometida com o projeto de Jesus, com seu Evangelho. Eis a missão do cristão: anunciar, com alegria, o Cristo ressuscitado e promover a vida em todas as suas circunstâncias.
IV. Conteúdo
Itinerário de formação para sermos mais seguidores/as de Jesus, caminho verdade e vida (Jo 14,6). Os encontros teriam como motivação o ícone dos discípulos/as de Emaús Lc 24 – a metodologia de Jesus – alguns passos na formação dos discípulos missionários/as.
A proposta é de seguir sete passos a partir de Lc 24,13-35, com temáticas correspondentes.
Abertura
Acolhida |
Acolhida dos cursistas
Apresentação do projeto – itinerário |
Passo/momento | Tema |
1. Encantamento dos discípulos/as no seguimento a Jesus | 1) O chamado e o envio dos discípulos |
2) A Igreja do Papa Francisco | |
2. As dificuldades e desencanto da opção dos discípulos/as a partir de Lc 24,13-35 | 1) A decepção e o abandono dos discípulos e as dificuldades da IVC |
2) As relações humanas | |
3) Enfraquecimento das referências cristãs | |
3. “O caminho se faz caminhando” | 1) A IVC nos primeiros séculos da Igreja |
2) Espiritualidade/mistagogia do caminho | |
3) O diálogo como construção de relações – interação recíproca | |
4) A mística do caminho da IVC | |
4. Palavra de Deus: faz “arder o coração”
|
1) Importância da Palavra de Deus |
2) Aprofundamento de texto discípulos de Emaús | |
3) A centralidade na Palavra de Deus na liturgia | |
4) Maria e a Palavra de Deus – Maria e IVC | |
5) A mistagogia da Leitura Orante na vida cristã | |
5. Eucaristia: “reconheceram ao partir o pão” | 1) A ceia de Emaús e o Sacramento da Eucaristia |
2) O Ano Litúrgico e a IVC | |
3) A porta de entrada da Vida Cristã – Ritos da IVC | |
4) Aprofundamento sobre o rito da Celebração Eucarística | |
5) O Sacramento da Reconciliação – teologia, rito, perdão… | |
6. “Voltaram alegres para anunciar” – (Reino de Deus) | 1) Reencantamento com a missão |
2) A vocação batismal e a santidade | |
3) A oração da unidade – Pai-nosso | |
4) Oração da fé – Creio | |
5) A IVC e a formação permanente: itinerário a partir do apóstolo Pedro | |
6) Importância e métodos de oração na catequese | |
7) A comunidade como centro da vida cristã (At 2-4) | |
7. “Desaparecer”
– Jesus está na vida dos discípulos/as |
1) A presença de Jesus na vida das pessoas e do mundo |
2) A missão não é nossa, é de Deus | |
Aula conclusiva | Marcas e experiências formativas e alegrias para a missão. |
V. Assessores
Os assessores são todos professores da Itepa Faculdades, com conhecimento na área e assessores convidados com formação adequada.
Possíveis assessores: Dom Odelir Magri – Bispo Diocesano de Chapecó; Dom Rodolfo Luis Webber – Bispo Arquidiocesano de Passo Fundo; Ir. Lenir – Coordenadora de Catequese Diocese de Chapecó; Pe. Ari dos Reis – Itepa Faculdades; Pe. Ademir Rubini – Itepa Faculdades; Prof. Cezar Menegat – Colégio Marista Conceição; Pe. Clair Favreto – Itepa Faculdades; Pe. Claudio Prescendo – Itepa Faculdades; Pe. Claudir Meotti – Diocese de Chapecó; Pe. Cleocir Bonetti – Itepa Faculdades; Pe. Elcio Cordeiro – Diocese de Palmas; Pe. Hermes Tonini – Diocese de Lages; Pe. Ivanir Rampon – Itepa Faculdades; Pe. Ivanir Rodighero – Itepa Faculdades; Pe. Jair Carlesso – Itepa Faculdades; Pe. Mateus Danielli – Itepa Faculdades; Pe. Nelson Tonello – Itepa Faculdades; Pe. Renê Zanandréa – Itepa Faculdades; Pe. Rogério Zanini – Itepa Faculdades; Prof. Selina Dal Moro – Itepa Faculdades; Pe. Valdir Clemente Goedert – (Diocese de Lages); Pe. Valter Girelli – Itepa Faculdades.
VI. Organização do curso
a) Inscrições: até 22 de março 2021
d) Duração do curso: 30 aulas on-line – aulas semanais
e) Dia da semana: terças-feiras, das 19h30min até as 21h
f) Certificação: 80 horas
g) Número de alunos: mínimo de 50
VII. Coordenação
Pe. Rogério Zanini e Pe. Clair Favreto, mais um monitor para articular e acompanhar o andamento do curso nas atividades necessárias.
VIII. Investimento
Inscrição: 70,00 – será enviado o livro produzido pela Itepa Faculdades Iniciação à Vida Cristã – Vivências e Perspectivas (2020).
Mais: 4 parcelas de R$ 100,00 – ou – 8 parcelas de R$ 50,00
* Pagamento pode ser feito via:
- depósito bancário
- transferência bancária
- boleto bancário
- PIX
FAÇA AQUI SUA INSCRIÇÃO
extensao@itepa.com.br
CURSO DE INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ
CONFIRA AQUI A LISTA DE ALUNOS CERTIFICADOS