“A imagem do corpo e dos membros recorda-nos que o uso da social web é complementar do encontro em carne e osso, vivido através do corpo, do coração, dos olhos, da contemplação, da respiração do outro”, escreveu o Papa Francisco na Mensagem para a 53ª Jornada da Comunicação Social.
Segundo o Papa, se a rede for usada como “prolongamento ou expectação de tal encontro, então não se atraiçoa a si mesma e permanece um recurso para a comunhão. Se uma família utiliza a rede para estar mais conectada, para depois se encontrar à mesa e olhar-se olhos nos olhos, então é um recurso. Se uma comunidade eclesial coordena a sua atividade através da rede, para depois celebrar juntos a Eucaristia, então é um recurso. Se a rede é uma oportunidade para me aproximar de casos e experiências de bondade ou de sofrimento distantes fisicamente de mim, para rezar juntos e, juntos, buscar o bem na descoberta daquilo que nos une, então é um recurso”.
Portanto, a rede que queremos é aquela que abre ao diálogo, ao encontro, aos sorriso, ao carinho: “Esta é a rede que queremos: uma rede feita, não para capturar, mas para libertar, para preservar uma comunhão de pessoas livres. A própria Igreja é uma rede tecida pela Comunhão Eucarística, onde a união não se baseia nos gostos [‘like’], mas na verdade, no ‘amen’ com que cada um adere ao Corpo de Cristo, acolhendo os outros”, escreveu Francisco.
No curso de pós-graduação em Espiritualidade tem-se refletido e aprofundado a importância do cultivo de nossas relações em carne e osso, vividas com o corpo, o coração, os olhos, a contemplação e a respiração do outro/outra – mas também as relações virtuais. Diversas disciplinas abordaram esta temática a partir de ângulos diferentes e complementares. Na disciplina de Espiritualidade e Psicologia, ministrada pelo Prof. Hélio Possamai, por exemplo, abordou-se a necessidade de evitar de entrar na ótica das relações descartáveis/deletáveis e viver com intensidade o amor, o cuidado, o cultivo interior, as emoções…