No dia 07 de setembro lembramos a data em que o Brasil se declarou independente de Portugal. Diz-se que o Príncipe Regente Dom Pedro I pediu para que os soldados que o acompanhavam jogassem fora os símbolos portugueses que carregavam nos uniformes e diante dos mensageiros portugueses soltou o grito que simbolizava a busca por autonomia e liberdade para decidir os rumos do Brasil. Em 1822 foi plantada a semente de um país de grandes potenciais, gigante pela própria natureza: a nossa pátria.
Pátria é o país onde nascemos, mas seu sentido é muito mais profundo. Segundo Rui Barbosa, “a pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo: é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade”. (Discurso no Colégio Anchieta, 13/12/1903).
A pátria tem o ideal de uma família ampliada, pois, na verdade, é formada pela reunião de todas as famílias: uma família de famílias. Assim, é preciso que todos os filhos pensem nela como parte de si. O ser humano não vive sozinho e uma nação é a organização humana-civil mais elevada.
Agora é necessário olhar para essa pátria. Nesse tempo é preciso refletir acerca de que nação queremos construir. O que nos impede de concretizar o ideal de uma verdadeira família que dê aos seus filhos vida digna? Infelizmente constatamos a existência de uma desigualdade social. Será que são por meios justos que alguns alcançam enormes fortunas (embora nem consigam controlar) enquanto que a maioria absoluta tem tão pouco ou nada? Jesus Cristo olhou para o mundo a partir dos últimos e ficou ao lado deles. Como podemos segui-lo hoje? Falou-se tanto em democracia nos últimos tempos, porém sera quevivemos realmente uma democracia com liberdade e com direitos? Na era da comunicação, que tipo de informação temos acesso? Sabemos que existem diversas situações desumanas em nosso país que precisam ser diferentes; como agir? O que pode ser feito?
Várias organizações populares vêm a alguns anos organizando manifestações a nível de país para mostrar faces da pátria que precisam ser transformadas. Trata-se do grito dos excluídos que acontece todos os anos desde 1995. “Nada melhor do que esta data para refletir sobre a soberania nacional, que é o eixo central das mobilizações do Grito.
Nesta perspectiva, o Grito se propõe a superar um patriotismo passivo em vista de uma cidadania ativa e de participação, colaborando na construção de uma nova sociedade, justa, solidária, plural e fraterna. O Dia da Pátria, além de um dia de festa e celebração, vai se tornando também em um dia de consciência política de luta por uma nova ordem nacional e mundial. É um dia de sair às ruas, comemorar, refletir, reivindicar e lutar. O Grito é um processo, que compreende um tempo de preparação e pré-mobilização, seguido de compromissos concretos que dão continuidade às atividades.” (http://www.cebsdobrasil.com.br/2018/04/29/grito-dos-excluidos-as-20181a/).
Em breve acontecerão as eleições. Como superar a descrença na política e fazer um debate em torno das necessidades reais do povo? Como encontrar saídas para a construção de uma nação com justiça e paz para todos? Essas reflexões precisam ser feitas nesse tempo especial de discernimento.
Mesmo que balança social esteja cada vez mais desequilibrada, no Evangelho encontramos alternativas concretas para a construção de uma nação que cuida do seu povo e zela para que também os grupos econômicos visem o bem comum.
José Valdir dos Santos e Dalcinei Sacheti
Setor Comunicação – Daitepa