Prof. Pe. Ivanir Antonio Rodighero
Em 14 de abril de 2016 foi aprovado o documento número 105 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade: Sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-14). Os cristãos recebem no sacramento do batismo e da crisma a graça de serem Igreja sendo “sal da terra e luz do mundo”. Estas são palavras de Jesus, ditas no Sermão da Montanha (Mt 5-7).
O sal tem vários sentidos. Um deles é o de fortalecer o sabor onde é utilizado, isto é, acentua o gosto do feijão no feijão, da carne na carne, da cenoura na cenoura… Assim o nosso paladar sente mais o sabor na diversidade encantadora de sabores. Igualmente é assim o cristão ativo, ou seja, auxilia para que cada ser humano se torne mais cidadão, mais sujeito entre sujeitos, mais irmão ou irmã entre irmãos.
Para “Ser sujeito eclesial significa ser maduro na fé, testemunhar amor à Igreja, servir os irmãos e irmãs, permanecer no seguimento de Jesus na escuta obediente à inspiração do Espírito Santo e ter coragem, criatividade e ousadia para dar testemunho de Cristo” (Doc. 105, n. 119).
O ser sujeito se expressa na pertença, sentir-se parte constituinte, peregrino do caminho da felicidade (Mt 5,1-12). É verdade que muitos cristãos não tomaram ainda plena consciência de seu vínculo com a Igreja e a responsabilidade de criar um mundo solidário na economia, na política, na educação, na saúde… Não sentem a comunidade como sua e, por isso, não se sentem contemplados, inseridos, na missão eclesial e nem na social.
Ser sujeito não é um acontecimento dado e pronto, mas realidade em construção: “É um cristão maduro na fé, que experimentou o encontro pessoal com Jesus Cristo e se dispôs a segui-lo com todas as consequências dessa escolha. É o cristão que adere ao projeto do Mestre e busca identificar-se sempre mais com ele, com seu ser e agir”. (Doc. 105, n. 132). O cristão maduro é um eterno aprendiz, mas consciente da procura.
O ser “luz do mundo” (Mt 5,14) requer estar inserido no mundo “sem ser do mundo” (Jo 17,13-14) e, nestes contextos, oferecer a luz que Jesus de Nazaré, que aponta para a tarefa de “buscar o Reino de Deus e a sua justiça” (Mt 6,33).
“Nem o sal, nem a luz, nem a Igreja e nenhum cristão vive para si mesmo. Sua missão é sair de si, iluminar, se doar, dar sabor e se dissolver. Os cristãos leigos e leigas, na Igreja e na sociedade, devem ter olhares luminosos e corações sábios, para gerar luz, sabedoria e sabor, como Jesus Cristo e seu Evangelho.” (Doc. 105, n. 13).
Questões para refletir
1 – Como me sinto diante do desafio de ser “sal da terra e luz do mundo”?
2 – Quais os principais desafios dos leigos e das leigas na Igreja e na Sociedade?