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METODOLOGIA PARA UMA LEITURA
POPULAR FEMINISTA DA BÍBLIA
METHODOLOGY FOR A POPULAR
FEMINIST READING OF THE BIBLE
Mercedes de Budallés Diez*
Resumo: O presente texto busca tecer elementos que possam capacitar as
pessoas para uma leitura e reflexão crítica-construtiva dos textos sagrados,
a partir de uma visão feminista de alguns textos bíblicos. Trata-se de
intencionalmente fazer uma leitura feminista-política, porque procura-se
novas respostas visando novas relações de gênero, raça, classe, geração e
religião. Ainda persiste na sociedade a invisibilidade das mulheres, ou seja,
somos as que não contamos! A leitura da Bíblia, no entanto, fundamenta
que somos mulheres e homens filhas e filhos de Deus com os mesmos
direitos e deveres. Com esta leitura da Bíblia, como cristãs, assumimos:
frente à exclusão, queremos proximidade; frente ao mercado total, à
globalização, optamos pela gratuidade; frente à corrupção, nosso
compromisso é a ética. Em tonalidade testemunhal/experiencial buscamos
refletir sobre o método da leitura popular feminista libertadora, com
objetivo de fortalecer e construir uma sociedade de iguais como deseja o
“Deus conosco”.
Palavras-chaves: Bíblia. Mulheres. Libertação. Método.
Abstract: This text aims to weave elements that can enable people to a
reading and a critical-constructive reflection of sacred texts from a
feminist point of view. It is about intentionally doing a feminist-political
reading because new answers are sought aiming at new relations of
gender, race, class, generation and religion. The invisibility of women still
persists in society, that is, they are the ones who do not count. Reading
the Bible, however, establishes that we are women and men, sons and
daughters of God, with the same rights and duties. With this reading of
the Bible, as Christians, we assume in the face of exclusion, we want
proximity; in the face of globalization, we opted for free; in the face of
corruption, our commitment is ethics. In a testimonial/experimental
tone, it is sought to reflect on the method of a liberating feminist popular
reading method, with the objective of strengthening and building a
society of equals as "God with us" desires.
Keywords: Bible. Women. Release. Method.
v. 39, n. 133, Passo Fundo,
p. 30-40, Jul./Dez./2022,
ISSN on-line: 2763-5201
DOI:dx.doi.org/10.52451/teopraxis.v39i133.86
* Mestre em Ciências da Religião pela
Universidade Metodista de São Paulo,
atuando principalmente nos seguintes temas:
leitura bíblica, estudos da religião, ciências da
religião e pesquisa bíblica.
E-mail: mercedesbudalles@hotmail.com
https://orcid.org/0000-0002-2038-6495
Recebido em 08/07/2022
Aprovado em 19/10/2022
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INTRODUÇÃO
Anos atrás, num dia frio do mês de dezembro, Eduardo Galeano foi até a Praça
Catalunha de Barcelona, onde estavam acampados centenas de jovens que se identificavam
como “indignados”. Eu estava lá conversando com um grupo e, quando reconheci Galeano,
corri perto e pedi-lhe que falasse com aquela juventude sedenta de algo novo. Ele falou, e
foi ouvido graças ao auxílio de uma caixa de som portátil dos meus amigos. Ficou bem
dentro do meu ser o que Eduardo Galeano disse sobre a utopia. De fato, ele contou que o
seu amigo, o cineasta argentino Fernando Birri conhecido como o construtor de utopias,
respondeu a um jovem que perguntou sobre o que era a utopia. Eu gravei esta resposta: A
utopia é o horizonte. Se eu me aproximo, ele se afasta. Se caminhamos juntas e juntos uns passos, o
horizonte anda também esses passos. Está claro que por mais que caminhemos, não chegaremos .
Para que serve, então, a utopia? A utopia serve, e principalmente é, viver e caminhar junto!
Dialogar com a Metodologia moderna, para viver a utopia, especialmente quando
queremos fazer isso a partir do compromisso de uma Leitura Bíblica Popular, e ainda
feminista, exige muita escuta, atenção às experiências de vida e muito caminhar, juntas e
juntos, numa direção concreta. Nosso livro, a Bíblia, é conhecido e valorizado por séculos.
Respeitado como um Livro Sagrado por judeus, cristãos e até por grupos muçulmanos. E
nós não o queremos profanar. Tentaremos, aqui, sintetizar a evolução da compreensão da
Bíblia nos últimos anos e possíveis aproximações.
1 O MÉTODO E SUA EVOLUÇÃO NO ESTUDO BÍBLICO
Queremos ler e entender os textos bíblicos para encontrar respostas e ajudas à nossa
vida o conturbada no cotidiano. Temos que fazer isso de forma simples, transparente,
metodológica, sem fugir dos avanços das ciências da linguagem e com profundo respeito à
fé milenar. A seguir buscamos elucidar este processo.
Nos novos estudos bíblicos, aplicando às ciências da linguagem, partimos do “texto”,
no seu “contexto vital” e procuramos “crescer o sentido”, ou seja, fazer uma releitura para o
nosso hoje. Assim os primeiros passos dentro das ciências da linguagem são: A EXEGESE,
que significa “tirar fora do texto” o que está dentro, ou seja, procurar a produção de
sentido. Ex = fora + egese, do grego, ago, guiar, conduzir. E a HERMENÊUTICA, é a
ciência que corresponde à “interpretação”. Sentido para o hoje a partir de problemas
atuais. De hermeneu (grego) a interpretare (latim).
Na história e estudo da Bíblia passamos pela preocupação de entender o que está
“atrás” do texto (história, autor) a buscar na “palavra” o acontecimento presente. Na
época medieval e em tempos posteriores lia-se a Bíblia, por exemplo, em sentido literal
(fundamentalista), alegórico (cristológico), moral (relativo aos costumes), ou escatológico
(conduz para). Todas essas leituras confirmam que a Bíblia não esgota seu sentido.
Severino Croatto
1
, pioneiro na América Latina, apontou possíveis aproximações da
Bíblia para a compreensão das pessoas que querem conhecer realmente este texto sagrado
que orienta suas vidas:
1) Considerando-a um texto desatualizado.
2) Assumindo-a como ela está escrita, literalmente (fundamentalismo ou
concordismo).
3) Abordando-a com métodos exegéticos atuais.
1 José Severino CROATTO, Hermeneutica Bíblica, Buenos Aires: Ediciones la aurora. 1984.
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4) Estudando-a a partir das ciências da linguagem, particularmente desde a
linguística e semiótica narrativa, no estudo dos signos.
5) Entendendo seu conteúdo para hoje, fazendo um estudo hermenêutico.
De forma simples, as aproximações propostas, hoje, têm diferentes enfoques: 1) A
via DIACRÔNICA: quando estudamos o texto no seu caráter cronológico e explicamos a
origem e o processo de sua formação. Logicamente, a hermenêutica está ligada a esta via,
porque estuda a transformação do sentido das palavras, seus significados na história. 2) A
via SINCRÔNICA: se estudamos a significação do texto no seu caráter total, atual. O
“tecido” é analisado segundo sua estrutura. Aprofundando na ciência dos signos, na
semiótica.
E quando encontramos um fato que se repete muitas vezes na Bíblia? O
acontecimento nos leva a vários textos. Mas, o fato fundante traz uma relação de sentido.
Por exemplo, a passagem do Mar Vermelho (Ex 14,22) é interpretada por ocasião da
entrada da terra pelo rio Jordão (Js 3,16-17) e na divisão das águas por Elias (2Rs 2,8). Na
Bíblia, a memória da libertação da escravidão do Egito é apresentada repetidas vezes e em
muitos gêneros literários. Na realidade o é repetição de um fato: é releitura, “reserva de
sentido” onde os acontecimentos “crescem” em sentido. Podemos afirmar, então, que a
Bíblia, antes do que PALAVRA de Deus é ACONTECIMENTO de Deus!
2 ANÁLISE EXEGÉTICA DE TEXTOS BÍBLICOS
2
Se desejarmos aprofundar, mais do que fazer uma simples leitura da Bíblia para
trazer uma mensagem para o hoje, precisamos, ainda, questionar mais o texto para ouvir
tal como foi escrito e, assim, perceber seu sentido. Deste modo, poderemos entendê-lo
melhor, percebendo os detalhes.
Sintetizamos aqui, de forma esquemática, os passos mais importantes que podem e
devem ser estudados exegeticamente em um texto bíblico
3
.
1) CRÍTICA TEXTUAL
Objetivo: Reconstruir o texto primitivo. Verificar a confiabilidade das cópias.
Pressupostos: Comparação dos textos com os manuscritos mais antigos, desconfiar das
variantes tendenciosas, daquelas mais parecidas com os dogmas da época etc.
2) ANÁLISE SEMÂNTICA
Objetivo: Encontrar o verdadeiro significado das palavras e frases em cada texto.
Pressupostos: Pesquisar em outros textos paralelos para verificarmos se essa expressão
é de uma época e lugar ou não. Depois, temos que procurar uma palavra na nossa língua
com as mesmas características semânticas.
3) ESTUDO DAS TRADIÇÕES ou da TRANSMISSÃO DO TEXTO (histórico-
transmissiva)
Objetivo: Analisar os possíveis estágios de um texto durante seu processo de
transmissão oral até sua escrita e a chegada até nós.
Pressupostos: fazer as comparações entre tradições e manuscritos e procurar dados em
outros documentos, como nos comentários dos Santos Padres.
2 Cassio Murilo Dias da SILVA, “METODOLOGIA DE EXEGESE BÍBLICA”, São Paulo: Paulinas, 2000.
3 Conteúdo muito rico e extenso em WEGNER Uwe, EXEGESE DO NOVO TESTAMENTO. MANUAL DE
METODOLOGIA. Sinodal: São Leopoldo e Paulus: São Paulo, 2002.
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4) CRÍTICA LITERÁRIA
Objetivo: Descobrir a intenção do autor, o que ele quis dizer. Reconhecer a
pseudoepigrafia ou a atribuição fictícia.
Pressupostos: Comparar o texto bíblico com outros documentos (manuscritos de
Qumran, non de Muratori do séc. II, etc.). Verificar, no texto, a unidade literária: o
vocabulário da época, as relações, os paralelismos, os quiasmas, a unidade de estilo, do
tema, etc., ou seja, as relações do conjunto.
5) ANÁLISE DA REDAÇÃO
Objetivo: Captar o interesse de quem escreveu o texto.
Pressupostos: Estudo detalhado do uso do vocabulário, estilo, para ver a lógica
teológica do autor.
6) ESTUDO DA F ORMA
Objetivo: Situar os textos dentro do ambiente vital (Sitz im Leben) do Oriente Médio,
do lugar onde foi vivido e escrito o texto para reconhecer sua intencionalidade.
Pressupostos: Identificar a forma literária de cada trecho, seu gênero literário.
7) ANÁLISE DE CONTEÚDO
Objetivo: Analisar o conteúdo, conduzir para fora o que está no texto a partir das
descobertas anteriores.
Pressupostos: Encontrar o eixo do texto à luz do significado no contexto de quando e
onde foi escrito.
8) CRÍTICA HISTÓRI CA
Objetivo: Reconstruir os fatos narrados segundo a objetividade histórica. Fazermos a
pergunta: esses fatos aconteceram?
Pressupostos: Uso de testemunhos arqueológicos e outros documentos da mesma época.
Especialmente, depois do Concílio Vaticano II, a pergunta que os teólogos/as sempre
fazíamos era: como ler a Bíblia assim com nosso povo semianalfabeto, com as mulheres, os
jovens e crianças das nossas comunidades?
Parto da minha própria experiência: como aprendi a ler a Bíblia nas comunidades
com quem compartilhava a vida? Como explicar a descoberta de novas leituras que
vivenciávamos e partilhávamos? De fato, fui aprendendo uma nova Teologia e até uma
nova religião. Pela graça de Deus, naquele tempo conheci o CEBI, Centro de Estudos
Bíblicos. À luz da vida e de uma candeia, pelas noites, lia o que chegava às minhas mãos. E
aprendia, praticava. À luz da Palavra e especialmente da vida daquele povo do interior, no
norte do Brasil, os textos cresciam e traziam respostas às minhas muitas perguntas.
Aconteceu algo marcante para aprender uma nova maneira de ler a Bíblia. Foi a
pergunta de uma criança. Pelos anos 1980-1986, morei em Conceição do Norte, à época,
Estado de Goiás e, hoje, Conceição do Tocantins. Lá, ia aprendendo outra forma de vida.
Um dia, fui substituir uma catequista que estava com febre e pediu ajuda na última hora.
Deveria ler e vivenciar a parábola do filho pródigo do Evangelho de Lucas 15,11-22. Agi
rápido e fui para ler e recontar a história que as crianças desenharam e encenaram com
facilidade e gosto. Já na roda final, prontas para rezar e despedir, me surpreendeu a
pergunta de uma menina: cadê a mãe do rapaz malandro? Eu perguntei às crianças: o que
vocês acham, esse rapaz malandro tinha mãe? Depois de uma pequena discussão entre os
participantes com motivações pouco adequadas, uma menina afirmou categoricamente:
“Sim, tinha mãe e ela estava lá junto do pai. Lá em casa é assim. Quando um filho apronta e
o pai perdoa, a mãe sempre está perto”. As crianças bateram palmas. E eu senti, nesse
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instante, como essa menina me deu três chaves de leitura: usar a linguagem e as palavras
mais conhecidas do que ‘filho pródigo’. Lá, “em casa é assim”. Casa, como lugar do
cotidiano deve ser o espaço da leitura e compreensão, o lugar da vida. E “a mãe sempre está
lá”. As mulheres, estamos juntas, mas não somos nomeadas. Somos ignoradas. As mulheres
no tempo da Bíblia, como agora, estavam presentes, mas não contavam. Lembremos o
texto de Mateus na multiplicação do pão e do peixe (Mt 14,13-21): os que comeram foram
cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças” (v.21).
Aquele dia à tarde, tínhamos um encontro com as mulheres das comunidades, o que
acontecia uma vez ao mês. Uma mãe escutou do seu filho o que aconteceu na catequese e
contou para o grupo. Foi muito bom sentir a reação das companheiras, das mães nunca
valorizadas e sempre fieis. “Nós somos importantes, no nosso silêncio, temos valor” disse
Dona Petu, mulher pobre e muito sofrida daquela comunidade. A animação confirmou o
compromisso de nos reunirmos aos domingos para ler a Bíblia como mulheres. E
estamos até hoje: eu ajudando de longe, elas reunidas presencialmente depois de uma
breve interrupção pela pandemia.
O CEBI publicou vários subsídios sobre o texto Lc 15,8-9, a mulher que perdeu uma
moeda, para ajudar a compreensão da nossa metodologia. Guardo na memória, como um
tesouro, um encontro de leitura naquele grupo de mulheres. E o esquema que foi rabiscado
num caderno manuscrito pela comadre Nilda ajudada pela filha Zuleika. Parte da proposta
da nossa Metodologia, já virou tradição:
4
- acender uma luz (para lembrar a história);
- varrer a casa (para acompanhar a Tradição);
- procurar diligentemente (v.8);
- reunir amigas e vizinhas para alegrarem-se juntas (v.9).
As perguntas das mulheres do grupo surgem e as respostas também: o que dizer desta
mulher que tinha dez moedas de prata e perdeu uma, acendeu uma lâmpada, varreu a casa e
procurou cuidadosamente até encont-la? Chegamos à concluo de que a mulher tomou
consciência, procurou, agiu cuidadosamente, reagiu, partilhou alegremente e valorizou a vida!
Na nossa experiência, logo, perguntamos o porquê. A resposta é rápida: partimos da
realidade! E, assim, ‘acendemos uma lâmpada’ à luz da nossa experiência, ou seja, da nossa
história. A de ontem e a de hoje. No ‘contexto histórico’ do texto lido, momento em que
foi dito por Jesus e no tempo quando foi escrito, paramos a pensar: como era o cotidiano,
a religião, a cultura, a dominação política naquele tempo?
Ao ‘varrer a casanos damos o direito de limpar as contradições da tradição. Tirar a
poeira das traduções e interpretações feitas e transmitidas por interesses patriarcais,
machistas e capitalistas. Com teimosia, ‘procuramos cuidadosamente’ até encontrar. As
mulheres, temos uma liberdade própria, fruto da nossa sensibilidade. No diálogo e na
fidelidade à Palavra. E agimos na hora que encontramos o perdido, que encontramos
soluções para algum problema. A mulher chama as amigas e vizinhas’ para se alegrarem
com ela. Essa mania de partilhar é importante, sobretudo, entre nós, mulheres.
Interessante foi observar, ainda, que no texto do Evangelho escrito pela comunidade
de Lucas, Jesus contou três parábolas com igual final: alegria, afeto, festa por achar o
que chamamos de ‘perdido’. Comparando-as percebemos como foram escritas as três
parábolas em Lc 15,1-32
5
.
4 Nancy CARDOSO; Carlos MESTERS, A Leitura Popular da Bíblia à procura da moeda perdida. In: A Palavra na Vida.
São Leopoldo: CEBI, 2011, n.73, p.11.
5 Mercedes BUDALLÉS DIEZ, Meus olhos são bifocais. In: Hermenêutica Feminista e de Gênero, São Leopoldo: CEBI,
2000, n.155/156, p.26-35.
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Perdas Encontros. Será lida a interpretação? 1) Tem cem ovelhas e perde uma
ovelha - Deus Pastor se preocupa conosco; 2) Tem dez moedas e perde uma moeda - Deus
Mulher se preocupa conosco; 3) Tem dois filhos e perde um - o Filho de Deus Pai se
preocupa conosco. Sentimos que Jesus quis nos dizer: o importante é você, mulher. Cada
uma de nós. Para Jesus, na tradição da procura e do cuidado da ovelha, da moeda e do
filho, o importante não é o muito, é cada uma e cada um de nós!
E ainda Jesus acrescentou algo mais surpreendente: DEUS também é MULHER!
Estamos acostumadas a olhar para Deus também como mulher? Procuramos
conhecimentos e novas leituras! Procuramos outras alegrias que nos libertem!
Este texto, que li centenas de vezes com mulheres, somado às perguntas e
respostas delas, me trouxe novas descobertas. Sobre a parábola do pastor, a comadre Chica
perguntou: é possível afirmar que Jesus disse que um pastor abandonou 99 ovelhas como
algo normal? Não é uma loucura? Uma companheira respondeu: ‘Você esqueceu que as
mulheres sempre encontram soluções? Certamente, as comadres e vizinhas do pastor (ou
pastora) foram tomar conta das ovelhas aquela noite!’
Nós que juntas partilhávamos nas nossas comunidades, a leitura popular da Bíblia no
Brasil, graças à nossa pertença ao CEBI, tivemos o privilégio de nos encontrar repetidas
vezes para partilhar nossos conhecimentos e descobertas. Em certo encontro, sintetizamos
a nossa prática conforme exponho a seguir e depois verificamos como esta síntese foi uma
ajuda real para fazer uma leitura feminista.
3 METODOLOGIA DE LEITURA BÍBLICA FEMINISTA
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Leituras realizadas com mulheres das comunidades e especialmente com jovens nos
bairros de empobrecidos confirmaram como é possível uma conscientização e capacitação
das nossas lideranças para ter outra compreensão dos textos bíblicos e da vida depois de
tantas vezes comentados com compreensões e resultados legalistas sofridos pela falta de
outras visões em suas interpretações.
3.1 Exercícios de interpretação em perspectiva feminista
Relato um exemplo, vivenciado por mim em uma comunidade de Goiânia
retomando o texto Lc 15,8-9 com o método e o esquema proposto. A síntese foi redigida
por Rosa, uma participante do grupo:
1 DESCOBRINDO O TEXTO (SUSPEITA)
Levantaram as perguntas que foram discutidas em grupos pequenos: como é
apresentada essa mulher? O que ela faz? O que o texto não diz da mulher? Com quem essa
mulher é comparada?
Sabemos que no contexto da época, no antigo Israel, quando foi contada essa
história, o valor da mulher era definido em função do marido e dos filhos. É assim, que as
mulheres na Bíblia, são reconhecidas por seus pais, maridos ou filhos, estes, normalmente
lembrados como “heróis”. Na maioria das vezes, as mulheres que aparecem são
apresentadas como mulheres sem nome, anônimas. Simplesmente são as filhas dos seus
pais, as esposas dos seus maridos e as mães dos seus filhos, preferentemente homens. Elas
são passivas, não tomam decisões, e até partilham um marido com outras mulheres.
Estudamos a figura das mulheres descritas por autores numa sociedade patriarcal
que, sob essa ótica, apresentam as mulheres: se, estéril, tinha filhos, era graças à
intervenção de Deus. Se doente, era pecadora, prostituta... E assim, muitas outras.
2 DESCONSTRUINDO O TEXTO
Levantamos perguntas. Aquelas para as quais as mulheres já têm respostas no dia-a-dia.
Que imagem de mulher passa a leitura da mulher da moeda perdida? Como enfrenta sua situação?
Que uso do corpo revelam os gestos e atitudes dessa mulher? Que imagem de mulher passam as
amigas e vizinhas? O texto nos mostra mulheres no seu papel de “dona de casa? Fazendo uma
releitura: qual era a proposta dos direitos das mulheres dentro e fora de casa? “Imprimir um jeito
feminino” é contrário ao compromisso de lutar pelos direitos do seu sexo? Como es o nosso
empenho pela promoção dos Direitos Humanos com perspectiva de nero?
Foi muito rico e interessante observar que as respostas eram semelhantes nos
diferentes grupos. Na realidade, era expressar o desejo, como uma companheira afirmou:
`Tudo isso que aprendo me confirma que devo educar as minhas filhas e filhos de forma
bem diferente de como nós fomos educadas´.
3 RECONSTRUÇÃO HISTÓRICA
Reconhecemos que fazer memória é importantíssimo na leitura bíblica. Devemos
estudar textos bíblicos para descobrir, no contexto concreto, quais eram os fatores que
contribuíram para a opressão das mulheres e também as lutas que enfrentaram contra a
opressão, com o duplo objetivo de “devolver as mulheres para a história e a história às
mulheres” (Joan Kelly).
4 ATUALIZAÇÃO CRÍTICA
Comentar de novo os valores do diálogo, desenho, encenação, dança! Pensar em
outras formas de atualização do texto. O texto bíblico não é legitimação, é diálogo. O
diálogo com o texto cria, gera algo novo que na realidade está dentro de nós.
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SÍNTESE: ESTUDO BLICO NA PERSPECTIVA POPULAR-FEMINISTA PROPÕE:
1) Refletir o que fazer para criar uma verdadeira parceria entre mulheres e homens,
na procura de uma vida mais humana e fraterna para todas e todos nós. É urgente e
necessário recriar as relações sociais de gênero, etnia, classe, geração e religião.
2) Adotar uma metodologia, na reflexão bíblica, que nos comprometa a:
- Estabelecer diálogo entre a vida e a Bíblia.
- Resgatar textos esquecidos, mal interpretados ou que incomodam.
- Priorizar o estudo de textos onde aparecem acontecimentos do cotidiano da vida e
afirmar que há teologia na casa, na panela vazia, no corpo da mulher, na mulher estéril...
- Perceber: não existe neutralidade no contar histórias, na construção do saber.
- Suspeitar, confrontar nossas memórias, desconstruir, reconstruir, recriar.
4 ERA N ECESSÁRIA, URGIA A PRÁTICA
Mulheres participantes ativas nas Igrejas Católicas do Sul reclamavam da situação de
falta de valorização no seu serviço gratuito e até de falta de respeito dos presbíteros e
diáconos com os quais tinham um trabalho pastoral. Muitas de nós líamos os livros e
escritos de Elizabeth Schusler Fiorenza
6
, o que sempre nos motivou e ajudou. Com ela
aprendemos muito.
Preparamos o estudo sobre a “Boa Notícia” de Lc 10,38-42 que nos ajudou a entender
essa reclamação de tantas mulheres trabalhando nas nossas comunidades. Nós nos
debruçamos sobre este texto aplicando o método proposto.
A) DESCOBRINDO O TEXTO (SUSPEITA)
Quais são as interpretações que conhecemos deste texto? Os relatos dos grupos
foram os mesmos. O incômodo de ouvir que a vida contemplativa tinha mais valor do que
a vida ativa nos intrigava. Cuidar de filhos e marido, às vezes, zelar pelos pais e sogros
idosos. Trabalhar fora de casa e ainda sentir-se pouco valorizada pela mentalidade
eclesiástica, era duro de engolir.
No sistema greco-romano, quando o texto de Lucas foi escrito tudo era baseado na
divisão da realidade: racional X espiritual, rico X pobre, homem X mulher, patrão X
escravo etc. O que justificava as relações de poder?
B) DESCONSTRUINDO O TEXTO
Não foi difícil perceber que a interpretação de Marta e Maria tem sido sempre
dualista. De fato, as irmãs aparecem como:
Marta: X Maria
dona de casa X discípula
que fala X ouvinte
ativa X passiva
inquisidora X calada
rejeitada X escolhida
Certamente o texto fala da realidade das primeiras comunidades cristãs que chama
a Jesus de Kyrios, título que corresponde ao Senhor Ressuscitado. E situa Jesus no centro
do relato entre duas mulheres: Uma ‘calada’ e outra ‘silenciada’.
6 Elisabeth Schüssler FIORENZA, Pero ella dijo. Prácticas feministas de interpretación bíblica. Madrid: Editorial Trotta,
1992, p.88-106.
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C) RECONSTRUÇÃO HISTÓRICA
O que acontecia nas primeiras comunidades? Estamos na casa de Marta que tinha
uma irmã, Maria. Seriam Marta e Maria, discípulas e lideranças numa ekklesía doméstica?
Diakonia, nos tempos que se escreve o texto de Lucas, era termo que designava
liderança, serviço da mesa eucarística na igreja doméstica. Lucas, nos Atos, informa que os
homens assim como as mulheres se converteram como discípulos (8,3; 9,1; 17,11; 22,5),
porém, não narra nenhuma história de mulher presidindo uma reunião ou pregando a
Palavra. Procurando mais história sobre Marta e Maria lembramos a narração de João que
afirma eram amadas por Jesus (11,15). Marta confessa publicamente sua no Jesus
Messias, Ressurreição e Vida (11,1-54) assumindo a liderança como porta-voz da da
comunidade, e não é Pedro como afirmam os outros Evangelhos. Por que seria?
Reconstruir a história é confirmar que Marta e Maria eram líderes, incluídas, porém
reprimidas, na luta das mulheres do século I para serem reconhecidas no seu ministério.
D) ATUALIZAÇÃO CRÍTICA
Atualizando o texto bíblico em poesia, na dança, no teatro. Trouxemos a história
para nossas lutas. Não para legitimar, mas para dialogar. Aqui está uma das nossas grandes
tarefas.
Depois de tão ricas experiências foram aparecendo novas ideias e propostas. Muito
significativa foi a criatividade e a experiência de integrar o Bibliodrama, sabedoria e
prática especial de nossa companheira Simone.
5 BÍBLIA E ARTE
Em Goiânia um novo Grupo de Mulheres “Leitura Feminista da Bíblia”, nasceu em
novembro de 2015. Surgiu, uma vez mais, da necessidade de estudar os textos bíblicos na
perspectiva feminista libertadora e crítica, para partilhar o aprendido com as mulheres
camponesas longe de outras possibilidades de formação e crescimento pessoal.
Os encontros do grupo sempre foram mensais, aconteciam na sede da CPT - GO.
Estudávamos aprofundando um texto bíblico e depois transferíamos para o corpo as
reações e as descobertas através dos jogos do teatro do oprimido que nos ajudavam a
desmecanizar os nossos corpos e expressar com liberdade corporal nossos entendimentos.
Desmistificávamos os entraves opressores que nos tiram o direito, a voz e a vez. As
descobertas eram partilhadas no coletivo. Era uma experiência de Bibliodrama.
O Bibliodrama era levado aos grupos de mulheres nas comunidades rurais,
valorizando o texto bíblico, a sensibilização, e a ligação com a vida. Fizemos deste método
um ato político de transformação pessoal e comunitária. As mulheres treinavam a partilha
e reflexão para outras mulheres, ninguém ficava a mesma pessoa, as mudanças eram
notáveis depois do encontro.
Outra experiência importante, pelos resultados, com destaque e motivação foi o de
nossos encontros da “Palavra Que Vai à Rua”. O primeiro aconteceu em um bairro da
periferia de Goiânia o Real Conquista, no ano de 2016. Outros vários iam acontecendo
em diferentes comunidades do interior e das periferias das cidades. Porém, o que deu um
giro na experiência do grupo pelo muito valorizado, aconteceu no dia 8 de março, numa
manifestação de Rua no Dia Internacional da Mulher. Nesse dia o texto interpretado foi a
Moeda perdida (Lc 15,8-10). A experiência vivida na rua, numa praça pública do Centro de
Goiânia, teve o texto bíblico, contado e dançado com músicas apropriadas, apresentação de
faixas escritas com os verbos do texto. Abriu-se uma fala, dialogando com o público
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presente, partindo de uma apresentação e dança. O fato foi uma costura do texto bíblico
com a realidade atual das mulheres sofridas de hoje, focalizando as nossas perdas e o muito
que perdemos cotidianamente. A Rua virou palco de arte com a beleza e encantamento
pela Bíblia Palavra viva. Houve uma boa receptividade, sobretudo das mulheres e ade
homens jovens presentes. Tempos depois éramos abordadas na rua para receber os elogios
pela apresentação que mexeu e remexeu com muitas pessoas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como foi que cheguei até aqui? Anos atrás, fui convidada a visitar um acampamento
do MST na diocese de Porto Nacional - TO. A Comunidade queria agradecer a conquista
do poço artesiano na Escola que conseguiram abrir graças às ajudas de mulheres lutadoras
da Espanha. Na escola, uma professora e seus alunos nos acolheram muito bem. No quadro
da sala de aula estava escrito: OCUPAR, RESISTIR, PRODUZIR.
Os alunos comentavam o que entendiam das palavras do quadro. Não esqueço o
rosto de uma menina negra dizendo algo assim: “Se Deus quer vida para todas as pessoas
da terra, Ele quer que nós, negros e brancos, chegantes na região, ocupemos a terra para
plantar e poder comer”. Eram tempos de mudanças e eu estava à procura de novos
caminhos, para encontrar outros métodos de leitura bíblica. Naquele dia aprendi que eu
tinha que entrar na Bíblia, ocupar a Bíblia como mulher, interpretar a Palavra, na nossa
sociedade patriarcal e capitalista, principalmente junto às mulheres sofridas. A Palavra de
Deus teria que nos mostrar novos caminhos para resistirmos nos grupinhos de leitura e
estudo bíblico. Estas experiências, entre muitas outras, me faziam descobrir o sentido da
Bíblia, Palavra, de forma diferente da que sempre era pregada. E cientes, em comunidade
conseguimos produzir novas interpretações que nos fizeram mais livres.
O que não pretendíamos fazer na leitura bíblica popular-feminista?
- isolar textos de mulheres;
- estudar ou escrever histórias de heroínas;
- ponderar só as narrações de vítimas;
- esquecer que o patriarcalismo é um sistema construído por meio de relações sociais
onde mulheres e homens estão envolvidos;
- acrescentar a questão da mulher como um tema a mais no estudo bíblico.
Na nossa leitura da Bíblia pretendemos tecer elementos que nos capacitem para uma
leitura e reflexão crítica-construtiva dos textos sagrados, com visão feminista a partir das
nossas próprias vidas. Portanto, o importante é refletir comunitariamente sobre
acontecimentos das nossas vidas. E num processo de escuta, de troca de saberes e diálogo
real, encontrar e interpretar a Sagrada Escritura como resposta para a vida das pessoas, no
hoje e no agora.
Assumimos que nossa leitura feminista é leitura política porque procuramos novas
respostas visando as relações de gênero, de raça, de classe, de geração e de religião. Temos
muito claro que ainda hoje, na sociedade, as mulheres sempre são as que o contam. A
leitura da Bíblia nos confirma que mulheres e homens são filhas e filhos de Deus com os
mesmos direitos e deveres.
Com esta leitura da Bíblia, como cristãs, assumimos: frente à exclusão, queremos
proximidade. Frente ao mercado total, à globalização, optamos pela gratuidade. Frente à
corrupção, nosso compromisso é a ética. Deus conosco!
Revista Teopxis,
Passo Fundo, v.39, n.133, p. 30-40, Jul./Dez./2022. ISSN On-line: 2763-5201.
BUDALLÉS DIEZ, Mercedes de
Metodologia para uma leitura popular feminista da bíblia
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