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TEOLOGIA E EDUCAÇÃO
Relações históricas e aproximações
consistentes
THEOLOGY AND EDUCATION
Historical relationships and consistent
approximation
Dom Edgar Xavier E rtl*
Elcio Alcione Cordeiro**
Resumo: A reflexão deste artigo propõe a relação e as contribuições que
existem entre Teologia e Educação. Nesse sentido, busca-se um breve
entendimento sobre o que é Teologia e o que é Educação. Posteriormente,
apresenta-se algumas das relações que se estabelecem entre ambas, como
também, as contribuições que uma área entrelaça a outra em busca de uma
sociedade melhor. O texto tem por intenção desenvolver uma apreciação
reflexiva do tema usando-se da metodologia de análise bibliográfica. Em
síntese, existem relações e contribuições entre a Teologia e a Educação
desde as suas origens. Teologia e Educação interligam-se na busca de um
ser humano integral que tenha compromisso com a transformação social.
Palavras-chave: teologia. Educação. Fraternidade. Ser Humano. Sociedade.
Abstrac: The reflection of this article proposes the relationship and the
contributions that exist between Theology and Education. In this sense, a
brief understanding of what is Theology and what is Education is sought.
Subsequently, some of the relationships stablished between them is
presented, as well as the contributions that one area intertwines with
another in search of a better society. The text intends to develop a
reflective appreciation of the theme, using the methodology of
bibliographic analysis. In summary, there are relationships and
contributions between Theology and Education since its origins. Theology
and Education are intertwined in the search for an integral human being
who is committed to social transformation.
Keywords: theology. Education. Fraternity. Human Being. Society.
v. 39, n. 132, Passo Fundo,
p. 6-21, Jan./Jun./2022,
ISSN on-line: 2763-5201
DOI:dx.doi.org/10.52451/teopraxis.v39i132.70
* Bispo da Diocese de Palmas-Francisco
Beltrão. Licenciado em Filosofia e em
Teologia pelo Instituto de Filosofia e
Teologia de Santa Maria (IFTESMA). Possui
Mestrado em Teologia pela Pontifícia
Universidade Gregoriana de Roma (2003)
em Teologia Sistemática/Dogmática
E-mail: domertl@hotmail.com
** Padre da Diocese de Palmas-Francisco
Beltrão. Possui graduação em Teologia pela
Faculdade Missioneira do Paraná (2012);
Licenciatura em Filosofia pela Faculdade
Entre Rios do Piauí (2015); Licenciatura em
História pelo Centro Universitário Cesumar
(2021); Pós-graduação em Metodologia do
Ensino de Filosofia e Sociologia pela
Universidade Cândido Mendes (2015); Pós-
graduação em Ensino de Filosofia pela
Universidade Cândido Mendes (2016).
Mestre em Educação pela Universidade
Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE
(2020). Atualmente, Professor no Instituto
de Teologia e Pastoral (ITEPA).
E-mail: elciocorde@hotmail.com
https://orcid.org/0000-0001-6304-0286
Recebido em 08/12/2021
Aprovado em 21/06/2022
7
1 INTRODUÇÃO
O compromisso de estabelecer relações e contribuições entre Teologia e Educação
abre possibilidades para muitas compreensões vitais, sociais, culturais, históricas e
religiosas. Pensar Teologia é buscar as razões daquilo que se crê. Escrever o que não se vê.
Confiar no Divino e esperançar um futuro feliz. Refletir a Educação é conceber novas
formas de moldar um ser humano arraigado de valores fundamentais para o ser e o
mundo. Educar é uma arte. Educar é moldar a alma dos seres humanos. Por isso tudo,
pretende-se apresentar um caminho que possibilite provocar o estudo, reflexão e práticas
teológicas educativas para fundamentar a dignidade da pessoa humana na busca da
transformação social.
Far-se-á necessário compreender o significado dos termos Teologia e Educação,
como também alguns acontecimentos históricos que permeiam ambos os campos. A
compreensão das áreas de interesse nesse artigo possibilitará desenvolver as posteriores
reflexões com sentido histórico e fundamentado em seus significados.
As relações entre Teologia e Educação acontecem de múltiplas maneiras. Porém,
observando o caminho da educação cristã optar-se-á por apresentar a reflexão que brotou
do Concílio Vaticano II (1962-1965), o qual representa um dos maiores concílios da
história da Igreja Católica.
As contribuições da Teologia para a Educação e vice versa serão abordadas tendo
como fundo a realidade brasileira naquilo que compõe as Campanhas da Fraternidade
sobre a Educação. É uma reflexão histórica que fundamenta teologicamente as
contribuições da Igreja para a Educação.
O tema é de relevância atual, prova disso é o empenho do Papa Francisco em
apresentar um Pacto Educativo global, a fim de construir uma nova sociedade, motivando
os seres humanos e se comprometerem com a vida e a ecologia. Este acontecimento
magnífico far-se-á presente na última parte deste artigo, o mesmo representa uma
proposta para a continuidade da reflexão que entrelaça Teologia e Educação.
Enfim, a reflexão é linear, respeita os conceitos e acontecimentos históricos,
procura estabelecer considerações claras que possibilitem apresentar as relações e as
contribuições que entrelaçam Teologia e Educação na busca de um ser humano livre,
auntico e capaz de humanidade.
2 TEOLOGIA E EDUCAÇÃO EM DIÁLOG O
2.1 A Teologia: Conceituação e historicidade
Em pleno século XXI, marcado por grandes mudanças, afetado por tantas situações
de riscos, alertado sobre temeridades climáticas, urge, como sempre na história, um
sentido ampliado das coisas, que responda as perguntas que a razão não consegue por si só.
Esse sentido, quem desenvolve é a Teologia, ciência sobre Deus, estudo sobre o Divino.
Usualmente, o conceito de Teologia mais destacado é “estudo sobre Deus”. Todavia,
de forma mais detalhada define-se que: “[...] teologia compõe-se etimologicamente de dois
termos, que lhe definem grandemente a natureza: Théos + logia = Deus + ciência. No
centro está Deus, seu objeto principal. Qualquer reflexão teológica refere-se de alguma
maneira a Deus”
1
.
1 João Batista LIBÂNIO e Afonso MURAD, Introdução a Teologia: perl, enfoques, tarefas, p.63.
ERTL, Dom Edgar Xavier; CORDEIRO, Elcio Alcione
Teologia e educação: Relações históricas e aproximações consistentes
Revista Teopráxis,
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8
O termo “Teologia” não foi criado pela própria Teologia, mas surge no pensamento
grego, depois incorporou-se à proposta cristã para indicar suas reflexões sustentadas a
partir da revelação e da fé.
O conceito aparece pela primeira vez nos escritos do filósofo grego Platão (427-
347a.C), “Por teologia ele entende os mitos, as lendas e histórias dos deuses criticados
filosoficamente, desmistificados e interpretados no sentido e segundo as normas da
educação política e purificados de toda inconveniência”
2
. O caminho para a compreensão
das coisas que estavam entre o mito e o logos, a isso denominou-se de Teologia.
Em seguida o também filósofo grego Aristóteles (384-322a.C) apoderou-se do uso e
significado da palavra Teologia de diferente modo, apresentando uma reflexão filosófica
para além da física, metafísica, chama-a de filosofia primeira, na qual, “[...] tem por objeto
o ser enquanto ser o que é estudado nas suas relações e causas primeiras até provar que
existe um ser absolutamente primeiro de quem depende o céu e a terra”
3
.
As origens apontam para a Teologia como uma reflexão que traz em seu bojo a
religião e Deus. A Teologia é a área em que se reflete os deuses. A ressignificação do
Termo para a realidade cristã se deu de forma sistemática através de pensadores cristãos.
Para compreender a Teologia como área que designa o conhecimento sobre Deus e
as nuances da esforçaram-se os teólogos, aqueles que refletem sistematicamente sobre
Teologia, em buscar o início de uma compreensão cristã:
Tal uso foi preparado por Justino, mas sobretudo pelos alexandrinos Clemente
e Orígenes, que não se limitaram a definir somente em forma negativa os mitos
e as criações filosóficas dos gregos, mas reconheceram neles vestígios do
verdadeiro logos e viram a sua realização e verdadeiro valor na revelação de
Jesus Cristo
4
.
De modo mais distinto e claro, a fé cristã aceitou e definiu o termo Teologia entre os
séculos IV e V: “Citemos aqui Eusébio de Cesaréia, quando se tornou o nome
característico para indicar o verdadeiro conhecimento de Deus e aparece nos enunciados
trinitários e cristológicos”
5
.
Santo Agostinho de Hipona (354-430) afirma em seu pensamento a especificidade
cristã a palavra Teologia: “Para Agostinho a teologia o se resume a um discurso
genérico sobre a divindade, como pensavam os gregos, mas uma refleo sobre a
essência do Deus da Revelação”
6
.
Santo Tomás de Aquino (1225-1274) dá à Teologia o seu caráter de ciência: “No período
da Escolástica, Tomás de Aquino ao apropriar-se do pensamento de Aristeles passa a
conceber a teologia como ciência especulativa que faz uso de um saber racional e científico”
7
.
Nesta perspectiva cristã, o termo Teologia foi ressignificado, o logos, tornou-se o
verbo encarnado, não uma mera designação às coisas, mas o próprio Jesus Cristo, e o Deus
é o Deus da revelação bíblica e não os deuses da mitologia.
A Teologia acontece sob a inspiração do Espírito Santo, traz a compreensão da a
tantos quantos buscam respostas teológicas para a vida: “Pela contemplação e estudo dos
que creem, os quais as meditam em seu coração; é em especial a pesquisa teológica que
aprofunda o conhecimento da verdade revelada” (CaIC, n.94).
2 Heinrich FRIES, Dicionário de Teologia, p.295.
3 Heinrich FRIES, Dicionário de Teologia, p.298.
4 Heinrich FRIES, Dicionário de Teologia, p.298.
5 Heinrich FRIES, Dicionário de Teologia, p.299.
6 Honório RITO, Introdução à Teologia, s/p.
7 Honório RITO, Introdução à Teologia, s/p.
ERTL, Dom Edgar Xavier; CORDEIRO, Elcio Alcione
Teologia e educação: Relações históricas e aproximações consistentes
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Enfim, a Teologia é a interpretação da Tradição, Magistério e Sagrada Escritura, a
partir destes pilares, faz-se Teologia. Denomina-se teólogo aquele que à luz da fé ilumina a
realidade a ser transformada. “Teologia é reflexão do que nos foi dito por Deus, do que foi
pensado por Deus”
8
.
2.2 Educação: Desenvolvimento humano
A educação é uma arte. Arte de educar seres humanos, torná-los capacitados para o
mundo, seres conscientes, livres e autênticos. Dessa maneira tem-se a seguinte
compreensão: “Educação. Do latim educere’, que significa extrair, tirar, desenvolver.
Consiste essencialmente, na formação do homem de caráter”
9
.
A educação está presente na história humana desde que o homem se conhece por
gente. Ninguém é alheio à educação. Informalmente sempre o que aprender naquilo
que se conhece como senso comum. Formalmente, ela molda a alma dos eternos
aprendizes, isto é, todo ser humano que busca ser mais no espaço que se compreende bom
senso. Sistematicamente compreende-se que:
A educação aparece sempre que surgem formas sociais de condução e controle da
aventura de ensinar e aprender. O ensino formal é o momento em que a educação
se sujeita a pedagogia (a teoria da educação), cria situações próprias para o seu
exercício, produz os seus métodos, estabelece suas regras e tempos, e constitui
executores especializados. É quando aparecem a escola, o aluno e o professor
10
.
No campo da educação essa singular diferenciação, entre a educação geral
transmitida livremente entre todos e a educação sistemática que busca o saber para
desenvolver uma função.
Historicamente, foi na cultura grega que a educação se desenvolveu enquanto área a
ser compreendida sistematicamente, “[...] os primeiros assuntos e problemas da educação
grega foram os dos ofícios simples dos tempos de paz e de guerra”
11
. Aos poucos entre os
primeiros homens começa-se a envolver além dos cuidados sticos o saber da agricultura
e do pastoreio para a subsistência cotidiana.
Aqueles que permaneciam nas normas de trabalho, na reprodução de ações para
fazer determinada atividade, os gregos denominaram de tecné, estas funções eram
assumidas por trabalhadores livres e escravos. Aproximadamente no século VI a.C, surge o
entendimento que denominaram de “teoria”, dirige-se aquelas normas de vida
desenvolvidas a um saber que ensina para ser um homem livre, desenvolvido e
participante na vida da pólis é o que corresponde a educação formal. Percebe-se que pouco
a pouco a educação é acompanhada de desigualdade social.
A escola como a entendemos surge nas proximidades do ano 600 a.C: “Só depois da
invenção da escola de primeiras letras é que o seu estudo é pouco a pouco incorporado à
educação dos meninos nobres. Assim, surgem em Atenas escolas de bairro, não raros ‘lojas
de ensinar’ abertas entre as outras no mercado”
12
.
Curiosamente, quem detinha o papel de levar os filhos dos nobres a estas escolas
eram velhos escravos, aqueles que conduziam à escola, recebiam o nome de pedagogos,
condutores de crianças. O pedagogo passava o tempo todo com a criança no restante do
8 Joseph Cardeal RATZINGER, Natureza e missão da Teologia, p.89.
9 MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO E CULTURA apud Carlos Rodrigues BRANDÃO, O que é Educação, p.63.
10 Carlos Rodrigues BRANDÃO, O que é Educação, p.26.
11 Carlos Rodrigues BRANDÃO, O que é Educação, p.36.
12 Carlos Rodrigues BRANDÃO, O que é Educação, p.40.
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10
dia, acabava que era ele o verdadeiro mestre: “Eles conviviam com a criança e ao
adolescente e, mais do que os pais, faziam a educação dos preceitos e das crenças da cultura
da pólis. O pedagogo era o educador por cujas os a criança grega atravessava os anos a
caminho da escola, por caminhos da vida”
13
.
Dessa forma a educação foi perpassando no tempo, se desenvolveram escolas, na
maioria delas conduzidas pelos filósofos, como é o caso de Platão com a Academia e
Aristóteles com o Liceu. Foram os filósofos sofistas que “democratizaram” o ensino
superior, embora tornaram-no remunerado, mas era aberto a todos, que detinham
condições financeiras para pagar.
No Brasil a educação formal se inseriu no contexto da colonização. Com a chegada
dos Padres da Companhia de Jesus o ensino teve a missão de “civilizar” os povos nativos. A
educação oferecida pelos Jesuítas era de caráter religioso e de língua portuguesa, dada aos
índios, brancos e cristãos, sendo que os negros escravos eram excluídos dessa possibilidade.
A primeira instituição de ensino institucionalizada foi criada em 1549: “A primeira
instituição de ensino criada no país foi o Colégio de Salvador da Bahia, fundado pelo padre
Manoel da Nóbrega, em 1549, a segunda surgiu no ano seguinte fundada pelo jesuíta
Leonardo Nunes em São Vicente, litoral de São Paulo”
14
.
Somente com a expulsão da Companhia de Jesus no século XVIII é que o ensino foi
desvinculado da religião, passando a estar no domínio laico. Mas, exclusivamente em 1808
com a vinda da família real para o Brasil foi que a educação deu passos significativos:
João VI promoveu uma série de mudanças na tentativa de tornar o ambiente
cultural da sociedade colonial o mais próximo possível da metrópole, a criação
das primeiras faculdades de medicina na Bahia e no Rio de Janeiro em 1808 e da
Escola de Belas Artes em 1816, impulsionou o desenvolvimento científico no
Brasil. Apesar desses avanços, as primeiras universidades brasileiras foram
criadas no início do século XX
15
.
A partir daí a educação segue o mundo político e de finanças, perpassando pelo
período republicano, regime militar, abertura da democracia e a nova constituição de
1988, demonstraram suas preocupações com a educação, inclusive tornando-a direito
inalienável da pessoa humana.
Enfim, como destaca Martha Nussbaum
16
:
Educação é para gente. Antes de podermos planejar um sistema educacional,
precisamos entender os problemas que enfrentamos para transformar alunos
em cidadãos responsáveis que possam raciocinar e fazer uma escolha adequada a
respeito de um grande conjunto de temas de importância nacional e
internacional
17
.
O ato de educar permanece indissociável da vida. Seja ele no âmbito de senso
comum, nas mais diversas demandas da vida como seja no aspecto formal para exercer
uma profissão. A educação sempre será a fôrma para desenvolver seres humanos.
13 Carlos Rodrigues BRANDÃO, O que é Educação, p.43.
14 Lorena Castro ALVES, A história da educação no Brasil, s/p.
15 Lorena Castro ALVES, A história da educação no Brasil, s/p.
16 Filósofa estadunidense, pesquisadora social, artista, apaixonada por estudos clássicos, atriz, professora de filosofia e
de direito, e uma das intelectuais mais influentes do liberalismo político contemporâneo.
17 Martha C. NUSSBAUM, Semns lucrativos: por que a democracia precisa das humanidades, p.27.
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11
2.3 Educação teológica cristã
Como pode-se perceber na breve história apresentada acima sobre o
desenvolvimento dos dois campos, Teologia e Educação nunca se distanciaram, pelo
contrário, caminham juntas, uma necessita e se completa com a outra. A Teologia precisa
da Educação para ser esclarecida, desenvolvida e posta em prática. A Educação necessita da
Teologia para dar sustentáculo naquilo que se aprende. Opta-se neste artigo por direcionar-
se à educação cristã, isto é, um elo entre a educação que concebe o ser humano como capaz
de Deus, diferenciando-se dos animais pela sua capacidade de raciocínio e transcendência.
A reflexão teológica preocupa-se com a educação dos seres humanos. Muitos são os
escritos e destaques que a Igreja Católica tem feito no decorrer da história, os quais
contribuem para uma sociedade mais humana, livre e autêntica.
A Teologia não é um campo estritamente de domínio e limites religiosos, ela
perpassa, e contribui naquilo que se entende por educação, sem perder a sua identidade. A
educação imbuída de um significado metafísico para o ser humano lhe a possibilidade
de ampliar seus horizontes de compreensão da vida.
Para compreender melhor esta relação entre Teologia e Educação usa-se alguns
excertos da Declaração Gravissimum Educationis sobre a educação cristã, do Concílio
Vaticano II (1962-1965), a qual, apresenta com clarividência a importância da educação
cristã nas escolas, unindo um fundo teológico com o ensino formal.
Os padres conciliares deram importância vital da educação na vida humana, pois
compreenderam que a educação se relaciona diretamente com a realização da vida em
Jesus Cristo. Assim destacam:
A Santa Mãe Igreja tem sua responsabilidade quanto ao progresso e expansão
da educação, uma vez que, para cumprir o mandato recebido de seu divino
Fundador, a saber, o de anunciar o mistério da salvação aos homens todos e o
de tudo restaurar em Cristo, deve cuidar de toda a vida do homem (CONC.
VAT. II, 1968, n.1502).
A Igreja defende a todos os homens o direito indispensável à educação. A educação
aprimora a pessoa em relação ao seu fim último. A educação possibilita ao ser humano
conviver em sociedade, sendo seres de diálogo e na busca pelo bem comum.
Cabe à Igreja a tarefa de educar, seja na educação geral dos valores e princípios como
também sentir-se responsável em suas instituições para uma educação que promova a
vida, justiça, fraternidade, solidariedade, etc.
A escola tem sim seu papel singular, pois entre todos os instrumentos de educação, a
escola possui uma importância que lhe é própria.
E por força de sua missão que ela aperfeiçoa, com desvelo ininterrupto, as
faculdades intelectuais, desenvolve a capacidade de julgar com retidão, faz
participar no patrimônio da cultura adquirido por gerações passadas, promove
o sentido dos valores, prepara a vida profissional, faz nascer relações de
amizades entre alunos de índole e condição diversa e assim favorece a
disposição mútua de se compreenderem (CONC. VAT. II, 1968, n.1510).
O progresso de um povo depende de uma educação adequada aos desafios do
mesmo. Por isso, a educação é essencial na vida dos crentes. Obviamente que a educação se
inicia em casa, se prolonga na escola através do ensino. A família possui papel de destaque
na boa educação dos filhos e assim da nova geração. “Aos pais, porém lembra a grave
tarefa, que é a sua, de tudo disporem e mesmo exigirem que seus filhos possam valer-se
daquela assistência e desenvolver a formação cristã em harmonioso progresso com a
ERTL, Dom Edgar Xavier; CORDEIRO, Elcio Alcione
Teologia e educação: Relações históricas e aproximações consistentes
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profana” (CONC. VAT. II, 1968, n.1516). Aqui fica clara a relação da Teologia e da
Educação, ambas se inter-relacionam.
As instituições católicas sempre visam a formação cultural e humana da pessoa.
Deste modo, no espaço onde se localiza a instituição deve ser criado um recinto dinâmico
onde os valores do Evangelho possam ser emanados a todos. Os professores (as) precisam
imbuir-se de toda formação necessária para bem educar a futura geração: “Preparem-se,
pois, com interesse especial, munidos de títulos idôneos de comprovada ciência profana e
religiosa, e dotados da arte pedagógica de acordo com as pesquisas mais recentes” (CONC.
VAT. II, 1968, n.1516).
Da mesma maneira, em relação ao ensino superior, a Igreja defende um caloroso
encontro entre os princípios teológicos e as descobertas da educação: “No que dela
depende, esforça-se porque, por uma organização metódica, as disciplinas todas sejam
cultivadas com princípios próprios, com métodos próprios e com liberdade própria de
pesquisa científica, de forma que se atinja uma sempre e mais profunda compreensão
delas” (CONC. VAT. II, 1968, n.1523).
A e a razão caminham de mãos dadas nas descobertas e progressos humanos. A
colaboração e o diálogo entre Teologia e Educação é o caminho mais seguro para a
formação da nova geração. Assim pode-se perceber algumas contribuições da Igreja
Católica, tanto do ponto de vista da Igreja no Brasil quanto a nível universal.
3 CONTRIBUIÇÕES DA IGREJA CATÓLICA DO BRASIL PARA A EDUCAÇÃO
Dentre as várias contribuições da reflexão teológica católica opta-se por trabalhar
alguns documentos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e trazer à reflexão
quatro pontos importantes: A Campanha da Fraternidade de 1982: “A verdade vos
libertará” (Jo 8,32); Campanha da Fraternidade de 1998: A servo da vida e da esperança;
Campanha da Fraternidade de 2022: “Fala com sabedoria, ensina com amor” (Cf. Pr 31,26). E,
o Pacto educativo global proposto pelo Papa Francisco em 2020, o qual tem por finalidade
incentivar uma educação humanista, soliria e ecológica em vista da transformão da sociedade.
3.1 Campanha da Fraternidade (1982): A verdade vos libertará(Jo 8,32)
A Campanha da Fraternidade de 1982 representou a 19ª realizada pela CNBB com o
intuito de movimentar a comunidade para a evangelização. Pela primeira vez na história
da Campanha da Fraternidade o tema da Educação entrou em cena como protagonista.
A CF tem a missão de reunir as comunidades cristãs para vivencia da unidade
pastoral em determinada realidade no tempo que antecede a grande festa da Ressurreição.
O tema da Educação fora pertinente, à reflexão acerca da contribuição da educação
para a construção de uma sociedade melhor evidencia que, “A Igreja, colaborando com os
demais setores sociais responsáveis, assume a educação sob todas as formas que levam a
construção de uma sociedade justa e fraterna”
18
.
O lema: “A verdade vos libertará” (Jo 8,32) relembra daquilo que o povo precisa
libertar-se. Lembra a realidade do pecado social que se manifesta na sociedade pela falta de
fraternidade. A educação se manifesta: “A educação é o processo de busca desta Verdade
que liberta em toda a vida pessoal e social. Quando desvirtuado, contudo, este processo
favorece e consolida a escravidão e dominação”
19
.
18 CNBB, A verdade vos libertará, Texto-base CF 1982, p.6.
19 CNBB, A verdade vos libertará, Texto-base CF 1982, p.7.
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O que a CNBB propôs com a CF de 1982 foi: “Ver nossa realidade educacional. Julgar
esta realidade à luz da fé, agir de modo coerente”
20
. Nesse sentido, a educação, segundo a
Igreja, almeja um homem íntegro, capaz de transformação social.
Olhando para a realidade, percebeu-se que os processos educativos da família
estavam sendo afetados pelo modelo de sociedade industrial. Em razão disso, aumenta o
problema dos abandonados, dos moradores de rua, bem como as situações de violência e
prostituição. Da mesma forma, chamava-se a atenção para o uso da educação em
detrimento de lucro e poder sem responsabilidade social. O povo não pode ser mero
espectador, precisa inserir-se nos meios de participação.
A visão tecnicista de educação é combatida pela Igreja através da CNBB: “Percebe-se,
no entanto, que a preocupação básica nos processos aplicados é melhorar a imagem do país
comparada à de outras nações, na visão tecnicista que privilegia rentabilidade em termos
estatísticos”
21
. Uma educação sem visão crítica faz do povo uma massa de manobra.
Outra questão importante foi o destaque às Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e
Organizações Populares. Nestes espaços o pobre tem vez e voz. A comunhão e a
participação estão presentes nos processos das pequenas comunidades onde a união e a
partilha fazem toda a diferença.
O julgar da CF de 1982, se apresentou na forma de fundamentos para analisar a
educação em vista da fraternidade. Como por exemplo, os direitos fundamentais de toda
pessoa humana. “A base de todos esses direitos é a dignidade da pessoa, dotada de razão e
consciência. O pleno desenvolvimento do homem como pessoa, o fortalecimento do
respeito a seus direitos e liberdades constituem objetivos da educação”
22
.
A pessoa humana tem sua dignidade alinhada à educação, pois a educação promove
o outro. Nesse sentido, a própria história da salvação pode ser vista como processo
educativo, porque houve toda uma preparação para a libertação, como pode-se perceber
nos primeiros capítulos do Livro do Êxodo, quando Deus através de Moisés prepara seu
povo para a libertação. Para isso, foi necessário viver e trilhar um caminho de
fraternidade, solidariedade e justiça. A culminância desse caminho se dá em Jesus Cristo.
A Igreja na busca pela apresentação da proposta cristã sobre a verdade é profeta em
denunciar aquilo que desestrutura a formação do homem: “Portanto, este serviço prestado
à verdade, como participação no serviço profético de Cristo, é missão da Igreja que
procura cumpri-la nos diversos contextos históricos”
23
.
A educação deve estar orientada na construção de fraternidade. No processo de
transformação da realidade a mesma tem um grande papel. “O objetivo principal desta
educação para a justiça consiste no esforço de despertar a consciência para que saiba
reconhecer a situação concreta, e no convite para alcançar uma melhoria total”
24
. A
educação na perspectiva da Igreja necessita ser libertadora e aberta ao diálogo.
Na perspectiva da ação, a CF de 1982 trouxe várias iniciativas para que a educação se
torne mais humana, autêntica e livre a serviço de uma sociedade fraterna. A iniciar pelos
pais, estes devem assumir a primeira educação de seus filhos. É no berço familiar que se
aprende a educação que propicia a sabedoria da vida.
Lembra a CNBB que os saberes da cultura popular deveriam ser destacados e
valorizados: “Promover a revitalização da cultura popular, em suas várias formas de
20 CNBB, A verdade vos libertará, Texto-base CF 1982, p.8.
21 CNBB, A verdade vos libertará, Texto-base CF 1982, p.9.
22 CNBB, A verdade vos libertará, Texto-base CF 1982, p.12.
23 CNBB, A verdade vos libertará, Texto-base CF 1982, p.17.
24 CNBB, A verdade vos libertará, Texto-base CF 1982, p.17.
ERTL, Dom Edgar Xavier; CORDEIRO, Elcio Alcione
Teologia e educação: Relações históricas e aproximações consistentes
Revista Teopráxis,
Passo Fundo, v.39, n.132, p. 6-21, Jan./Jun./2022. ISSN On-line: 2763-5201.
14
expressão, facilitando-lhe a criação, preservação e divulgação”
25
.
No mesmo sentido, o compromisso com o bem comum, na superação do individualismo
entrou para a discussão mostrando que são as mediões que propiciam mudanças:
Criar condições para que pessoas e grupos possam discernir critérios que
assegurem o bem comum, tais como: respeito pela pessoa humana, interesse por
sua promoção integral, a começar pelos mais carentes, fidelidade aos deveres de
cidadão, esforço para cumprir e aperfeiçoar as leis, participação nos sacrifícios
pela comunidade
26
.
Outra questão teológica importante a ser destacado é a opção pelos pobres, que
segundo o Documento de Puebla, se observa como a tendência mais notável da experiência
religiosa latino-americana
27
: “Dar prioridade aos setores pobres de nossa população,
orientando preferencialmente para eles os serviços e recursos educativos da Igreja”
28
.
Assim, se privilegia as Ceb’s como geradoras de processos educativos de libertação e
evangelização. A opção pelos pobres é a opção do Evangelho.
Enfim, a educação permeada com a reflexão teológica com bases na fraternidade,
trouxe à baila reflexiva o futuro da sociedade. A libertação integral do ser humanos
compete a esse processo, no qual a Teologia inspira iniciativas para a educação, através da
reflexão da Igreja.
3.2 Campanha da Fraternidade 1998: A serviço da vida e da esperança
Colocar a educação a serviço da vida e da esperança é missão teológica de todas as
instituições, como família, Igreja, escola, universidades, a fim de que se promova a
dignidade e a verdadeira solidariedade. Este modo de pensar perpassa o texto base da CF
de 1998.
Na busca de uma educação libertadora, observando a realidade social brasileira a CF
de 1998 interpelou a mudança de mentalidade no compromisso de buscar a dignidade da
pessoa humana.
Os principais objetivos da CF de 1998 eram:
a) Colaborar com as pessoas na sua busca de realização; b) Favorecer a criação e
o fortalecimento de comunidades onde todos participem e se apoiem
fraternalmente; c) Estimular o exercício da cidadania, em favor de uma
sociedade justa e solidária; d) Promover ões para a erradicação do
analfabetismo em sentido amplo
29
.
A Igreja a partir da fé impulsiona-se a lutar pela esperança de uma sociedade melhor.
Assim, no aspecto do ver a realidade a CF de 1998 destaca a realidade brasileira.
Inicialmente observam que a educação é um direito indispensável. Porém, é preciso falar
de educação e do seu contexto para entendê-la e garanti-la:
O povo brasileiro valoriza muito a família que boa educação aos seus filhos e
os prepara para serem melhores. Mas milhões de famílias enfrentam muitas
25 CNBB, A verdade vos libertará, Texto-base CF 1982, p.20.
26 CNBB, A verdade vos libertará, Texto-base CF 1982, p.20.
27 O documento de Puebla menciona que: “A abertura pastoral das obras e a opção preferencial pelos pobres é a
tendência mais notável da vida religiosa latino-americana. De fato, cada vez mais, os religiosos se encontram em
zonas marginalizadas e difíceis, em missões entre indígenas, no trabalho silencioso e humilde. Esta opção não supõe
exclusão de ninguém, mas sim uma preferência e uma aproximação ao pobre” (Tradução nossa) (CELAM, 1990, n.733).
28 CNBB, A verdade vos libertará, Texto-base CF 1982, p.24
29 CNBB, A serviço da vida e da esperança, Texto-base CF 1998, p.7.
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Teologia e educação: Relações históricas e aproximações consistentes
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dificuldades e cam quase impossibilitadas de educar como gostariam as suas
crianças. É lamentável que tantos menores abandonem as suas famílias por falta
de condições para ali viverem
30
.
Muitos desafios havia pela frente, eram e são de toda ordem: pobreza, evasão escolar,
falta de investimentos, analfabetismo, formação para professores, desigualdade social, etc.
Dentre estes desafios destaca-se a questão da economia e da política:
A globalização da economia e políticas neoliberais exacerbadas, ao adotarem
como norma a pura concorrência (selvagem), atingem diretamente o processo
educativo de muitas maneiras. Elas criam novas maneiras de pensar e agir.
Oferecem nova escala de valores. O que vale é o que se pode vender e comprar,
tudo vira mercadoria (até a própria pessoa humana). Os direitos humanos ficam
num segundo plano. A pessoa humana não vale pelos seus direitos e capacidades,
senão pela possibilidade de comprar (consumidor) e vender (produtor)
31
.
Este desafio perdurou para todos os próximos anos que se sobrepuseram. A
supervalorização da produção de capital em detrimento da desvalorização da dignidade
humana. Enfrentar todas as realidades desafiadoras com o devido senso crítico é tarefa da
Teologia e da Educação.
No aspecto do julgar, a CF de 1998 apresenta algumas pistas importantes para a
educação a partir da visão bíblico pedagógica. No âmbito da pessoa, comunidade,
cidadania e alfabetização vêm dicas importantes: “a) Ajudar a pessoa humana a realizar-se;
b) Favorecer a criação e fortalecimento de comunidades fraternas e participativas; c)
Estimular o exercício da cidadania; d) Promover ações de erradicação do analfabetismo, no
sentido amplo”
32
. Na busca de uma educação integral, faz-se necessário iniciativas,
denúncias e movimentos, as quais urgem como essenciais no século XXI.
A Igreja, bem como outros setores, percebeu que a realidade vivenciada era marcada
pela exclusão. Diante disso, a educão deve servir de ferramenta para a promoção humana:
“A educação tem de ajudar a despertar em cada homem e mulher a consciência de sua
própria dignidade, e, também, a sua capacidade de assumir a responsabilidade de fazer a
sua parte para possibilitar vida, e vida de qualidade, para todos e cada um na comunidade
33
.
A educação necessita voltar a ser construção de identidade e história na busca pela
humanização. Nesse itinerário a procura pela realização humana em relação com o mundo,
com as pessoas e com Deus é constante.
O chamado fiel que brota desta reflexão do texto base da CF de 1998 é recriar uma
cultura da vida. Teologicamente o homem e a mulher são continuadores na obra da
criação. Para isso, busca-se uma ética da solidariedade, colocando em prática a participação
ativa através de todos os meios humanos de comunicação.
O modelo educativo proposto é o próprio modo pedagógico de Jesus Cristo: “O
período de convívio com os discípulos foi um processo educativo no qual Jesus os foi
preparando para a missão. O processo inclui diálogo pessoal, convívio, fazer em
conjunto”
34
. A coletividade é um modo concreto e viável para buscar mudanças.
Olhando para os mais pobres, os descartáveis da sociedade, a CF de 1998 destaca qual
educação almeja: “A educação que queremos, em coerência com o projeto de Jesus, é
também libertadora, capaz de abrir os olhos do povo para os deveres e direitos humanos e
30 CNBB, A serviço da vida e da esperança, Texto-base CF 1998, p.17.
31 CNBB, A serviço da vida e da esperança, Texto-base CF 1998, p.36.
32 CNBB, A serviço da vida e da esperança, Texto-base CF 1998, p.43.
33 CNBB, A serviço da vida e da esperança, Texto-base CF 1998, p.43.
34 CNBB, A serviço da vida e da esperança, Texto-base CF 1998, p.53.
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para as exigências da cidadania”
35
. Uma educação de qualidade tem capacidade de erradicar
a desigualdade social.
No nível da ação a CF de 1998 propõe muitas obras concretas que dependem do
engajamento de cada um, desde a valorização da pessoa humana e família como base para
um projeto de vida e esperança como toda a comunidade. Fortalecer o espírito
comunitário com organizações coletivas em busca de cidadania. Como por exemplo:
a) Criar e dinamizar espaços de informação, de reflexão, de oração e
discernimento sobre questões políticas; b) Realizar em todas as escolas
atividades pedagógicas especificas de educação para a cidadania [...]; c)
Sintonizar as comunidades com a Semana Social, a Semana da Cidadania, o
Grito dos Excluídos e com outras iniciativas de mobilização do povo em prol da
cidadania; d) Participar ativamente de Conselhos Comunitários, associações de
bairro, Conselhos de educação, Conselhos Escolares, de Saúde, Conselhos
Tutelares e outras instancias a serviço do povo”
36
.
Outro aspecto importante é o incentivo ao Ensino Religioso garantido pela
Constituição Federal de 1988, criando espaços para debate que haja reta reflexão sobre a
valorização da vida, da ética, da moral, da solidariedade e da justiça.
Dentre outras iniciativas a serem tomadas, como a economia solidária, oficina de
troca de saber, cursos por via dos meios de comunicação, alfabetização tarefa de todos,
instituições para a educação popular, destaca-se o papel da Pastoral da educação, como
presença e ação da Igreja no mundo da educação, descobrir formas de evangelização nos
processos educativos sem ferir a educação formal:
A Pastoral da Educação, evidentemente, todo o seu apoio ao grande projeto
de erradicação do analfabetismo no Brasil. Este conviver, planejar, refletir, orar,
agir juntos, avaliar e procurar juntos caminhos novos constitui um importante
processo educativo de renovação das pessoas, de grupos, da própria Igreja e da
sociedade. E, neste sentido, toda a ação educativa deve ser evangelizadora e toda
a evangelização deve ser ação educativa
37
.
Enfim, a partir das necessidades de cada localidade é preciso agir engajadamente por
uma educação libertadora, à luz da fé transformar a realidade com ações concretas.
3.3 Campanha da Fraternidade 2022: Fala com sabedoria, ensina com
amor” (cf. Pr 31,26)
A Campanha da Fraternidade 2022 relembra a educação como prioridade para uma
mudança social. Em sintonia com o Pacto Educativo Global proposto pelo Papa Francisco
em 2020, esta CF quer apresentar que existem muitas lições à luz da Palavra de Deus sobre
a arte de educar: “A primeira diz respeito ao valor da pessoa como princípio da educação.
A segunda se refere ao ato de correção, que é conduzir ao caminho correto. Não é
repressão, mas é orientar a pessoa no caminho de uma vida transformada,
verdadeiramente convertida à luz da verdade”
38
.
O grande objetivo da CF 2022 é “Promover diálogos a partir da realidade educativa
do Brasil, à luz da cristã, propondo caminhos em favor do humanismo integral e
solidário”
39
. É um itinerário consciente, pensado e possível de concretizá-lo.
35 CNBB, A serviço da vida e da esperança, Texto-base CF 1998, p.54.
36 CNBB, A serviço da vida e da esperança, Texto-base CF 1998, p.71.
37 CNBB, A serviço da vida e da esperança, Texto-base CF 1998, p.84.
38 CNBB, Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31,26), Texto-base CF 2022, p.16.
39 CNBB, Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31,26), Texto-base CF 2022, p.19.
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Primeiramente, no âmbito do ver/escutar, propõe-se que se deve fazer uma escuta
integral, com todo o ser, na busca da totalidade da realidade, a qual está sangrando pelas
consequências da Pandemia causada pelo Covid-19: “Crises como a pandemia da Covid-19
possuem uma força potencializadora do que já existia na sociedade de maneira explícita ou
de forma latente. Por um lado, verificamos imensos avanços tecnológicos, por outro,
percebemos a ampliação da pobreza e da desigualdade social”
40
.
Assim, deve-se colocar a pessoa humana em diálogo no centro de toda discussão,
pois “É próprio de quem é educador o cultivo do espírito de construção de uma nova
realidade que promova a cultura do encontro”
41
. Deste modo, a possibilidade de
caminhar juntos, unidos.
A perspectiva humanista da educação é despertada, tendo a democracia e a
participação ativa como grandes verdades de um processo maduro de transformação. De
outro lado, diante da realidade técnico-utilitarista faz-se necessárias novas formas de
transformação. Pois, a constatação que se tem é a seguinte:
Uma educação pública inclusiva e de qualidade é condição da justiça social que
ainda carecemos no Brasil. Quando o priorizamos a educação pública no
Brasil, construímos uma dupla defasagem: não enfrentamos uma dívida social
histórica e prolongamos essa situação de injustiça para as próximas gerações”
42
.
Uma educação inclusiva e equitativa de qualidade para todos em todos os veis da
educação. O objetivo das instituições educativas deve sempre ser: “[...] formar bons e
honestos cidadãos para exercerem a sua profissão com ética e que prezem sempre pela
dignidade da pessoa humana, bem como, possam atuar iluminados pelos valores cristãos”
43
.
Na perspectiva do julgar/discernir a CF 2022 quer compreender os desafios da
realidade educativa com base no grande mestre e educador Jesus Cristo. Historicamente,
percebe-se que, “O encontro fecundo das pessoas consagradas com o mundo da educação
produziu uma tradição pedagógica sábia e eficaz que, à luz do Evangelho, promove a
pessoa humana por meio da escolarização”
44
.
A educação humaniza a pessoa, traz a possibilidade de sua autenticidade. Nessa
perspectiva toma-se a visão cristã de ser humano:
A educação cris parte da visão positiva e integral do ser humano como ser
responvel por si mesmo e pelo mundo, como ser livre, aberto à transcendência
e culturalmente situado, marcado pela contradição do pecado, mas orientado a
vencê-lo e, eticamente conduzido para a justiça e a fraternidade”
45
.
A Igreja é insistente em colocar a pessoa no centro do processo educativo a partir do
diálogo. “Uma educação que provoca a cultura do diálogo é capaz de identificar e nomear
lugares, situações e ambientes onde a intolerância, a violência e o ódio são disseminados e,
assim, refletir suas causas e buscar soluções para sua superação”
46
.
Uma educação que queira ser integral não pode excluir a dimensão da sabedoria
religiosa, pois esta ligação com Deus faz com o que ser humano torne-se capaz de valores
que humanizam o processo.
40 CNBB, Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31,26), Texto-base CF 2022, p.22.
41 CNBB, Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31,26), Texto-base CF 2022, p.27.
42 CNBB, Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31,26), Texto-base CF 2022, p.32.
43 CNBB,Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31,26), Texto-base CF 2022, p.41.
44 CNBB, Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31,26), Texto-base CF 2022, p.55.
45 CNBB,Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31,26), Texto-base CF 2022, p.56.
46 CNBB, Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31,26), Texto-base CF 2022, p.66.
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Na perspectiva do agir, é preponderante discernir com clareza, pois, “um projeto
de vida despertado pelos valores da e pelo compromisso com o bem comum terá
incidência concreta na transformação da sociedade”
47
. Um projeto que tem reta intenção
foca no bem comum.
Aspecto importante que a CF 2022 destaca é a educação para um novo humanismo.
“Para educar para o humanismo solidário e construir a civilização do amor é necessário:
promover a cultura do diálogo, globalizar a esperança, buscar uma verdadeira inclusão,
criar redes de cooperação”
48
. A proposta do novo humanismo integral é urgente diante da
realidade brasileira de desigualdade social.
Enfim, além disso, é preciso dar atenção especial à formação de professores; à
política, ao ensino religioso, à cultura e bens culturais, às universidades, à ação pastoral no
interior das comunidades eclesiais missionárias, aos serviços pastorais em favor da
educação, à ação na escola, à educação católica, bem como educar para uma nova economia.
A todos que se veem envolvidos na educação faz-se necessário construir diariamente
uma forma de atender os mais pobres, ser aberto ao novo, ao diálogo, à participação,
promovendo um humanismo solidário educativo.
4 CONTRIBUIÇÕES DO MAGISTÉRIO E PONTIFICADO DO PAPA FRANCI SCO
4.1 Pacto Educativo Global
A educação é um dos temas centrais do pontificado de Francisco, que em outubro de
2020 relançou a proposta de um “pacto global” dirigido a todos os sujeitos educacionais da
sociedade para o futuro das novas gerações. O Papa Francisco em audiência, na Sala
Clementina, no Vaticano, na segunda-feira, 22 de novembro de 2021, falou, mesmo que
brevemente, das razões que teve ao propor o Pacto Educativo Global, pensando no
espírito de uma ampla aliança global: “Para formar pessoas maduras, capazes de superar a
fragmentação, a contraposição e reconstruir o tecido de relações para uma humanidade
mais fraterna”. Segundo o Papa, “para alcançar estes objetivos requer coragem: ‘A coragem
de colocar a pessoa no centro’ e de ‘colocar-se a serviço da comunidade’. É preciso coragem
e também criatividade”.
Dom João Justino de Medeiros Silva, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral
para a Cultura e Educação - CNBB escreveu que o Papa Francisco é um ícone de educador.
Isso não apenas pela sua formação e experiência em sala de aula ou pelo apoio às
inúmeras iniciativas em favor da educação como bispo auxiliar e arcebispo de
Buenos Aires, mas sobretudo porque trouxe para o seu pontificado uma especial
atenção com a educação. São incontáveis suas intervenções em favor de uma
educação que seja fruto do empenho da família, da escola e da sociedade
49
.
D. João Justino, conclui sua apresentão conclamando os católicos do Brasil para que
abracem a causa da educação pois o “momento é único. Trata-se segundo o arcebispo de
Montes Claros, de um projeto que ultrapassa nações, igrejas, religiões, governos, pois centra-se
no compromisso com a educação como “bem comum e como direito universal”. “Que
nenhuma falia de nossas comunidades, nenhuma escola e universidade católica de nosso país,
nenhum agente de pastoral da educaçãoque de fora do Pacto Global pela Educação” (idem).
47 CNBB,Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31,26), Texto-base CF 2022, p.72.
48 CNBB, Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31,26), Texto-base CF 2022, p.75.
49 CNBB, A Igreja do Brasil, com o Papa Francisco, no Pacto Educativo Global: Orientações Gerais, p.5.
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O Pacto Educativo proposto pelo Papa Francisco, insere-se, portanto, na
compreensão de um mundo fraterno no qual a educação é o meio pelo qual se pode criar a
verdadeira fraternidade. O grande desafio é educar em uma perspectiva do encontro, do
diálogo entre as culturas, religiões e gerações. Para atingir tal proposta, o Papa Francisco
indica três “coragens”: a de colocar no centro a pessoa, a de cada um investir suas melhores
energias e a de formar pessoas disponíveis para se colocarem a serviço da comunidade
50
.
4.2 Catástrofe educacional
O cardeal Giuseppe Versaldi, Prefeito da Congregação para a Educação Católica,
concedeu uma entrevista e falou desta “catástrofe educacional”, sobremaneira, advinda da
Pandemia do Covid-19, que por um lado, prejudicou dezenas de milhões de crianças do
mundo excluídas de qualquer rede escolar, todavia, por outro lado, o “pacto educativo”
proposto pelo Papa para ajudar a curar esta profunda ferida humana, mais do que social é
um belo caminho de resgate. Segundo o Prefeito da Congregação para a Educação, alguns
elementos são destacados como as sequelas desta oceânica e terrível pandemia. Argumenta
o prefeito que:
Desde o início de seu pontificado, o Papa Francisco, seguindo seu precedente
estilo pastoral, insiste na necessidade de investir os talentos de todos, e
especialmente das gerações mais jovens, a fim de trazer à maturidade uma nova
solidariedade universal e uma sociedade mais acolhedora. Com o lançamento
do pacto educativo, ele renovou o convite para fazer uma aliança para encontrar
uma convergência global para uma educação que saiba unir todas as pessoas e
todos os seus componentes, a fim de encontrar soluções para os problemas da
mudança epocal em curso, iniciar processos de transformação sem medo e olhar
para o futuro com esperança. Este convite foi dirigido a todos: professores,
estudantes, pais, sociedade civil; todos os conhecimentos e disciplinas; as
diversas expressões intelectuais, científicas, artísticas, esportivas, políticas,
econômicas e empresariais em apoio aos jovens
51
.
Enfim, “é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”, assim diz o
proverbio africano, o qual ressalta sobre a importância do trabalho comunitário e a
responsabilidade individual, no que diz respeito ao processo educativo de crianças,
adolescentes, jovens e adultos. Enquanto os programas de educação estiverem sob a
tutela de governos e o de política de Estado, a mesma perderá significativamente, pois
a pessoa protagonista da educação deixa de estar no centro desta aldeia. Todos pela
educação – eis a nossa grande missão.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo da história, a Igreja Católica teve um papel fundamental na organização,
na reflexão e na prática do trabalho educativo. Em 2008, disse Bento XVI, o papa Emérito,
numa carta à Diocese de Roma, sobre a tarefa urgente da educação: “Todos temos no
coração o bem das pessoas que amamos, em particular das crianças, adolescentes e jovens”.
Reiteradamente temos ouvido ainda o Papa Bergoglio dizer que “não se pode mudar o
mundo se não se muda a educação”. Jacques Maritain, filósofo francês do século XX,
afirmou que “educar significa ajudar a pessoa humana a tornar-se mais humana”.
A principal contribuição que a teologia traz à educação é sua referência à
centralidade da pessoa humana, através da qual ela propõe como paradigma interpretativo
50 CNBB, A Igreja do Brasil, com o Papa Francisco, no Pacto Educativo Global: Orientações Gerais, p.10.
51 Gabriella CERASO, A Congregação para a Educação Católica in Vatican News.
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à dimensão relacional, que lhe é própria. O ser humano é o centro de todo processo
educacional. Ele nunca pode ser visto como meio, em vista de outro fim, por vezes,
prevalece o econômico, mas o motivador e o objetivo maior da educação deve ser o
humano. Pois no ser humano se encontra uma dignidade a ser compreendida, defendida e
motivada, que está na pessoa do aluno, do professor(a), da direção, dos responsáveis, dos
pais e do(a) colaborador(a).
A dignidade é teológica. Faz parte do plano criacional de Deus. Não é uma invenção
científica, nem mesmo ideológica. Tudo isso se resume, de alguma maneira, no
fundamental conceito de pessoa “imagem de Deus” segundo o Livro do Gênesis 1,26:
“Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” ou como lemos no Livro da Sabedoria
2,13: “Deus criou o homem imortal, e o fez à imagem do céu”. Partindo desse pressuposto
bíblico, torna-se fundamental ver o ser humano em sua totalidade, em todas as suas formas
de expressão, e para isso esta pessoa precisa de um ambiente favorável e este espaço é-nos
oferecido pela escola, pela “comunidade educativa”.
A teologia e educação são um binômio inseparável. A teologia, junto com o respeito
à Revelação e à Tradição, deve acompanhar os processos culturais e sociais, e neste artigo
demostramos isso, à capacidade de reflexão com o mundo da educação, com seus desafios,
e perspectivas. A teologia, portanto, ocupa-se dos conflitos gerados em torno da proposta
educacional, quer de Estado ou da Iniciativa Privada.
Fazemos teologia em saída missionária, logo, o processo educacional, tão afetado e
desacreditado em nosso país, necessita dos olhares de misericórdia da Igreja e dos teólogos,
a educação refletida a partir da teologia.
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escolaeducacao.com.br/. Acesso em: 16/11/2021.
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CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Petrópolis: Vozes, 1998.
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https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2021-11/dentro-vaticano-educacao-catolica-
cardeal-versaldi.html. Acesso em: 07 dez. 2021.
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Secretariado General del Celam. 1990.
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Disponível em: https://www.celam.org/documentos/Documento_Conclusivo_Puebla.pdf. Acesso
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1982. Brasília: Edições CNBB, 1982.
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. A serviço da vida e da esperança. Texto
Base CF 1998. São Paulo: Salesiana Dom Bosco, 1998.
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Fala com sabedoria, ensina com amor” (Cf.
Pr 31,26). Texto Base CF 2022. Brasília: Edições CNBB, 2022.
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Pastoral da Educação: Estudo para as
Diretrizes Nacionais. Estudos da CNBB 110, 2016.
CONCÍLIO VATICANO II. Compêndio do Vaticano II. 5ªed. Petrópolis: Vozes, 1969.
FRIES, Heinrich. Dicionário de Teologia. Tradução brasileira: Teólogos do Pontifício Colégio Pio
Brasileiro de Roma. São Paulo: Loyola: 1971.
ERTL, Dom Edgar Xavier; CORDEIRO, Elcio Alcione
Teologia e educação: Relações históricas e aproximações consistentes
Revista Teopráxis,
Passo Fundo, v.39, n.132, p. 6-21, Jan./Jun./2022. ISSN On-line: 2763-5201.
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LIBÂNIO, João Batista; MURAD, Afonso. Introdução a Teologia: perl, enfoques, tarefas. São Paulo:
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NUSSBAUM, Martha C. Semns lucrativos: por que a democracia precisa das humanidades. Tradução:
Fernando Santos. São Paulo: Martins Fontes, 2015.
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