A primeira sessão da IX Mesa Migrações abordou a temática “Mulheres Migrantes: peregrinas da Esperança”. A sessão foi aberta pela Coordenadora da Pastoral das Migrações da Arquidiocese de Passo Fundo, Ir. Norma Kleinubing. A mediação foi conduzida pelo enfermeiro Daniel Martinez que narrou brevemente a sua vinda da Venezuela para o Brasil e destacou a importância do lema em debate: “Migração semente de um mundo novo”.
A doutora em Ciências Sociais, Irmã Maria do Carmo, apresentou alguns dados sobre o crescimento do número de mulheres imigrantes e refugiadas no Brasil. Destacou a importância em se analisar o fenômeno migratório a partir da perspectiva feminina para poder, sobremaneira, repensar a ação pastoral. Afinal, as mulheres migrantes têm muito a nos ensinar na perspectiva da esperança e da fé. Por isso, Irmã Maria do Carmo partilhou algumas histórias de mulheres migrantes como as de Tadine (Haiti), Monete Esperança (Haiti), Merececi (Turquia), Yala (Afeganistão), Ana (Venezuela), Maria (Haiti) como sendo sinais de esperança ante tantos desafios. São histórias de crianças, adolescentes, jovens e idosas. Histórias de saudades, dores, esperanças e conquistas! Mulheres frágeis e fortes, resilientes, esperançosas…
A segunda parte da sessão seguiu com o depoimento da Fidélia Lima Almeida, imigrante da Guiné Bissau. Moradora de Passo Fundo, é mãe do Braian, médica (pós-graduada em doenças infecciosas), integrante da Pastoral das Migrações. Narrou que ao chegar em Passo Fundo procurou a Paróquia São José e as Irmãs Ursulinas pois gostaria de participar da comunidade uma vez que praticava a fé católica. Teve acolhida e auxílio da comunidade. Ela relatou que tinha um projeto definido quando veio para o Brasil: cursar mestrado e voltar para a sua terra, junto ao seu marido. Manifestou que quando decidiu vir para o Brasil já estava grávida. Enfrentou dificuldades em razão de tudo ser novo, seja a cultura, as amizades, família, trabalho, bem como a emergência de inúmeras dificuldades econômicas. Atualmente, trabalha em um mercado, seu filho está crescendo bem e com saúde e seu marido veio morar com eles. Fidelia descobriu que o Brasil possui uma grande desigualdade social, a começar pelos inúmeros moradores de rua. Isso a impactou uma vez que no seu país de origem, ninguém mora na rua, apesar da crise econômica. Por outro lado, disse que o Brasil possui um melhor sistema de saúde do mundo, o SUS. Segundo ela, os brasileiros deveriam agradecer por este sistema que atende a todos indiscriminadamente.
Após as partilhas das painelistas, abriu-se um momento para partilhas e perguntas. Ir. Norma findou lembrando e convidando para a próxima sessão da Mesa Migrações que acontecerá online no dia 10 de setembro, às 19h20min, e terá como tema: “Mulheres Migrantes no Livro de Rute”.
A Mesa Migrações é um programa da Itepa Faculdades em parceria com a Arquidiocese de Passo Fundo (RS) e a Diocese de Palmas-Francisco Beltrão (PR).
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