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Destaque Estudante da Itepa Faculdades participa de Simpósio Canônico Internacional sobre a crise...
Aconteceu entre os dias 13 a 15 de agosto de 2024, o Simpósio Canônico Internacional, promovido pelo Instituto Superior de Direito Canônico Santa Catarina, tendo por tema: TUTELAR, PREVENIR E RECUPERAR: a crise dos abusos sexuais na Igreja e a sua correta gestão segundo a práxis do Dicastério para a Doutrina da Fé. O palestrante foi o Monsenhor Dr. Jordi Bertomeu Farnós, integrante do Dicastério para a Doutrina da Fé.
A estudante da Itepa Faculdades, Mari Teresinha Maule foi uma das participantes do evento. Além de acadêmica na Itepa Faculdades, Mari é mestranda em Direito Canônico, Advogada e Juíza Auditora do Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de Passo Fundo.
Relato sobre o Evento
“Foram tratados em nove sessões, as seguintes temáticas: A cultura da prevenção segundo Francisco versus a cultura do abuso: o grande desafio da nossa igreja; Enfrentar a crise dos abusos na igreja como crentes: gestão jurídica, prevenção e comunicação institucional; as fases da mudança legislativa canônica para uma igreja saudável e segura para todos; Medidas Pastorais e jurídicas segundo o Codex Iuris Canonici para uma disciplina eclesial numa perspectiva sinodal; Abuso de poder, sexual e de consciência: aspectos canônicos da proteção dos mais vulneráveis na Igreja; Os organismos para receber denúncias segundo a Vos Estis Lux Mundi: uma avaliação após 5 anos de implementação no Brasil; A investigação prévia canônica segundo o Vademecum 2.0; O processo penal administrativo e os princípios do processo justo; Diálogos sobre Casos práticos.
Tendo por pano de fundo a figura do Bom Samaritano (Caravaggio), foram aprofundadas as temáticas com maestria e qualificado conhecimento pelo representante do Dicastério, Monsenhor Jordi, a partir dos seguintes questionamentos: Qual a relação deste relato do bom samaritano com a crise dos abusos? Como a Igreja pode ser boa samaritana nos casos de abuso, especialmente dos abusos de cunho sexual? E, ainda, por quê no Brasil há tantos casos de abusos e, de abuso de poder inclusive?
Foram destacadas algumas ações para a prevenção destes fatos, tais como: relações eclesiais mais saudáveis e purificadas do poder mundano; Estruturas seguras para a atividade de menores/adultos vulneráveis (ambientes comuns, vigiados por outras pessoas, ingresso e comunicação livre); Relações apropriadas (evitar relações preferenciais e cumplicidades). Educação afetivo-sexual integral para discernir relações seguras (exclusividade no pertencimento ao próprio corpo, proibição de tocá-lo saber dizer “não” a sensações desagradáveis, saber usar a internet e as novas tecnologias, bem como construir relações sãs e seguras).
Mereceu destaque que deve ser oportunizada e investido na construção de uma pastoral judiciária orgânica como resposta às crises, dentro de uma conjuntura de sinodalidade do Papa Francisco, enfrentando-as. E, em segundo lugar darmo-nos conta do mandamento maior do amor entre as pessoas, que se encontra como expressão maior na Eucaristia.
Bem como, viver efetivamente a cultura do cuidado, como relações de vida, fundamentadas no amor, dentro de uma pastoral e de uma eclesiologia, que representem uma profunda mudança também de nossa espiritualidade.
E por fim, a partir da figura de Tomé, “arriscar-se” a colocar a mão na ferida e com isso desinstalar-se, pois como afirmou o palestrante “se posso colocar as mãos nas feridas, estas também são símbolos de comunhão, como uma autentica prova de fé, para enfrentar e superar estes desafios’”.
Mari Teresinha Maule
Estudante de Teologia da Itepa Faculdades.
Mestranda em Direito Canônico pela ISDCSC.
Advogada e Juíza Auditora do Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de Passo Fundo.