Ivanir carletto(1)
Estamos celebrando no dia 14 de novembro, o V Dia Mundial dos Pobres. Este dia foi instituído pelo Papa Francisco e celebrado pela primeira vez em 19 de novembro de 2017 contando com o seguinte lema: “Não amemos com palavra, mas com obras” (1 Jo 3,18). Um amor como o de Jesus, que amou primeiro e incondicionalmente, com um olhar preferencial os pobres e oprimidos.
O Dia Mundial dos Pobres, nasceu com o desejo de combater a pobreza e ajudar as pessoas carentes a possuir uma vida digna. Tornou-se um forte apelo à nossa consciência, pois partilhar com os pobres é compreender e viver o Evangelho pregado por Jesus Cristo em sua verdade mais profunda.
E para este V Dia Mundial dos Pobres, o Papa Francisco, tomando a palavra de Jesus, afirma: “Pobres sempre tereis entre vós” (Mc 14,7). Esta palavra de Jesus indica que Ele está presente no meio de nós permanentemente o que nos impele a não sermos indiferentes frente à realidade que nos cerca. Aliás, nós, cristãos, que seguimos a Jesus, precisamos mudar nossa mentalidade a respeito dos pobres. Eles são o rosto de Deus que Jesus revela: Deus é o Pai dos pobres e próximo dos oprimidos e doentes. Não O encontramos quando e onde queremos, mas O reconhecemos na vida dos pobres, nas suas tribulações, nas suas angústias e necessidades, nas suas condições de vida muitas vezes desumanas. Isto significa dizer que os pobres nos evangelizam e precisamos deixar-nos evangelizar por eles.
Nesse sentido, o nosso compromisso com os pobres não consiste somente na promoção de ações assistenciais. Isto é necessário, sem sombras de dúvidas, porém, o essencial está em considerar que “o outro é um comigo mesmo”, é meu irmão, minha irmã. Preocupar-se por ele, por sua pessoa, suas dores, suas necessidades, em síntese, pensar no seu bem, ajudá-lo a recuperar a dignidade perdida é aquilo que nos eleva a compreender um Deus libertador, amoroso e caridoso.
É nosso compromisso compartilhar com os pobres o que temos, mas também a nossa própria vida, os nossos dons, o nosso tempo, o nosso amor em palavras e obras. Viver a partilha é o que nos faz iguais, é o que gera fraternidade, reforça a solidariedade, expressa respeito e participação, cria bases indispensáveis para alcançar a justiça e trazer presente o Reino de Deus. É por isso que necessitamos estar atentos a dar resposta às novas pobrezas que a humanidade experimenta hoje. Denunciar as armadilhas novas da miséria e exclusão produzidas pelos agentes econômicos e financeiros sem escrúpulos, sem responsabilidade social, sem ética e sem sentido humanitário.
“Pobres sempre tereis entre vós”, é uma convocação a aproveitar toda a oportunidade para fazer o bem, encontrando os pobres onde estão, aproximando-nos deles; cuidando deles sem julgamentos. Muitas vezes, são ignorados, sofrendo em todo sentido: nos hospitais, nos refúgios, nos cárceres, nas estradas e cantos escuros, no abandono, na fome, na doença, na ignorância… Reconhecê-los em sua dignidade de pessoa, em sua realidade de nossos irmãos e irmãs e fazer o melhor possível para a promoção de cada pessoa é o imperativo evangélico que nos deve mover.
Por fim, devemos lembrar que somos todos pobres uma vez que necessitamos da bondade e do amor de Deus constantemente. Recordemos o Pai Nosso, no qual o pedido do pão expressa o abandono a Deus nas necessidades primárias da nossa vida. O pão que se pede é “nosso” e isto implica partilha, participação, responsabilidade, exigência de superar a indiferença, o egoísmo, a acumulação, a exclusão. Reconhecer os pobres é, para nós, sinal de salvação.
Vivamos o V Dia Mundial dos Pobres com palavras e obras concretas.
Passo Fundo, 12 de Novembro de 2021.
- Cursando Bacharelado em Teologia na ITEPA Faculdades. E-mail: carletto@franciscanasbr.org